OS SETES EU SOU DE JESUS SEGUNDO JOÃO





  1. Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e que crê em mim nunca mais terá sede. – João 6.35, pode ler até v.58
  2. Eu sou a luz do mundo. Quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida – João 8.12
  3. Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo. Poderá entrar e sair e achará comida…. eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa. – João 10.9-10
  4. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas…. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem…. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. – João 10.11-16
  5. Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e que vive e crê em mim nunca morrerá. – João 11.25-26
  6. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. – João 14.6
  7. Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda. – João 15.1-2, pode ler até v.10

PENTECOSTAIS NO MARANHÃO




A origem dos pentecostais no estado do Maranhão é resultado da notável expansão que se observou na igreja Assembleia de Deus nas quatro primeiras décadas do século 20. A origem desta igreja no Brasil está diretamente relacionada ao fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, especialmente na América do Norte.

Conforme relatos bem documentados, os participantes desse avivamento ficaram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e outros seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no nascedouro da Igreja cristã, por volta do ano 33 da era comum. Assim, eles foram chamados de “pentecostais”.

Além de terem experimentado o fenômeno da glossolalia, fato que é  interpretado pelos teólogos pentecostais  como o batismo com o Espírito Santo, os integrantes  desse reavivamento, especificamente na Rua Azuza, Los Ângeles, EUA, testemunharam outras manifestações sobrenaturais como profecia, interpretação de línguas nunca antes estudadas, conversões em massa e curas. Concordando, assim, com os relatos do livro canônico de Atos dos  Apóstolos no Novo Testamento.

Depois de ter alcançado os  Estados Unidos da América, a mensagem pentecostal se espalhou rapidamente pela Europa, especialmente em Noruega e Suécia. Em meio ao fervor do movimento, os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg receberam, em 1906, o batismo no Espírito Santo, em Chicago, chegando a Belém do Pará em Novembro de 1910. Desde sua chegada os missionários, depois de conseguirem se comunicar em português, intensificaram a pregação do evangelho de Cristo enfatizando que Jesus Cristo continuava não somente salva e cura, mas também, batiza com o Espírito Santo. Esta última ênfase foi o motivo principal que deu origem à igreja Assembleia de Deus no dia 18 de Junho de 1911.

Apenas dez anos separam o nascimento da primeira Assembleia de Deus Brasileira organizada em Belém do Pará do movimento de evangelização que deu origem a Assembleia de Deus em São Luís do Maranhão. Quando a cidade de São Luís contava com uma população de apenas 54.077 habitantes e todos os habitantes do Maranhão chegavam a 893.332, chegava à capital maranhense o pentecostal Clímaco Bueno Aza. Era o final do ano se 1921 e, então, começa o processo de plantação e nascimento da Assembleia de Deus. Precisamente no dia 15 de Janeiro de 1922, é organizada, com a realização de um batismo em águas e a celebração de um culto de santa ceia, a primeira igreja pentecostal no Estado do Maranhão. Esta instituição, formada por uma numerosa comunidade cristã, do segmento protestante, classificada pelos cientistas da religião como pentecostal clássica, acaba de completar, nesta semana, seus noventa e um anos de trajetória ininterrupta de proclamação da fé pentecostal.

Devido a evidente falta de condições financeiras de seus primeiros membros, a igreja teve início à Rua 7 de setembro nº 149, no centro de  São Luis,  na residência do Cabo da polícia militar, Propécio Lázaro Lobato que, com sua esposa Ana Almeida Lobato, haviam se tornado os primeiros membros da novel igreja. Entre os primeiros conversos, incluem-se o Tenente Paulino Flávio Rodrigues e sua esposa, Isabel Florestal Rodrigues. Deve-se mencionar o nome de Maria Oliveira, que como membro, foi a primeira a primeira pessoa a receber o batismo com o Espírito Santo no estado do Maranhão.

O início do movimento pentecostal no Maranhão, marcado pela fundação da Assembleia de Deus, ainda que cercado por contrariedades e oposições próprias da época, nasceu e cresceu graças a um plano soberano e gracioso daquele que é o criador e sustentador do universo. A provisão divina foi, de modo extraordinário evidenciada no início desta obra.   Daí em diante a forma e as circunstâncias de como a “semente” que, caindo em boa terra,(Lcgerminou, nasceu, cresceu, floresceu e deu muitos frutos para o Reino de Deus, foram as mais variadas possíveis, pois o Deus eterno possui  multiforme graça, incontáveis estratégias e, por isso usa a cada um como quer, para o propósito que deseja executar, visando sua glória e honra.

São Luís, na época cognominada de “Atenas Brasileira”, teve a sábia atitude de uma hábil receptora da mensagem pentecostal. E, tendo-a recebido com fé e paixão, depois de organizada a primeira Assembleia de Deus em nosso Estado, em um ambiente de muita simplicidade, impulsionada pelo poder do Espírito Santo, sentiu a necessidade de compartilhar o plano da salvação nos outros municípios deste Estado. Viana foi o primeiro município do interior a ouvir a mensagem pentecostal que, logo, espalhou-se por todas as regiões e, hoje está presente nos 217 municípios do Estado. A poderosa mensagem do evangelho pregada no ardor da fé pentecostal continua ecoando aos ouvidos dos seus mais de seis milhões e quinhentos mil  habitantes do Maranhão.

“Quem desprezará o dia dos humildes começos?”, Zc 4.10. Foi a interrogação do profeta Zacarias referindo-se à reconstrução do templo em Jerusalém nos dias de Zorobabel, no período do pós-cativeiro. Se tivéssemos presenciado o diminuto e quase imperceptível começo que teve a Assembleia de Deus neste estado, talvez não acreditaríamos que algum dia, ela tomaria as dimensões que hoje possui e, dificilmente entenderíamos o quanto ela haveria de representar para o reino de Deus e para a sociedade maranhense. Com certeza, se pudessem estar presentes às comemorações dos 91 anos de história dessa Igreja, o nosso pioneiro, Clímaco Bueno Aza e os seus primeiros sucessores, ficariam, todos eles extasiados, em constatar o considerável crescimento da mesma, bem como do movimento pentecostal em todo o Estado do Maranhão.

Este registro de gratidão estende-se à Igreja Assembleia de Deus em Belém do Pará, que além de enviar para o Maranhão os primeiros obreiros, cuidou de toda a administração e necessidades da igreja até a década de quarenta. Ao fundador Clímaco Bueno Aza.  Aos pastores de outros Estados que aqui muito trabalharam como Manoel de Jesus da Penha, Nels Nelson, Manoel César da Silva, José Bezerra Cavalcante, Francisco Pereira do Nascimento e muitos outros. Ao primeiro casal convertido no Maranhão: Propécio Lázaro Lobato e Ana Almeida Lobato. Ao grande desbravador e advogado da igreja nos embates de perseguições, Tenente e, posteriormente, Major Paulino Flávio Rodrigues. Aos nossos quatro primeiros pastores ordenados pela convenção estadual das assembleias de Deus no estado do Maranhão (CEADEMA): João Jonas, Francisco Moisés Garcia, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Agostinho Ribeiro da Silva. Ao Pastor Estevam Ângelo de Souza que por mais de 40 anos cuidou dos interesses da Assembleia de Deus na Capital e em todo o Estado do Maranhão. Obreiro que deu destaque nacional à igreja maranhense; escreveu mais de uma dezena de livros; treinou centenas de novos líderes; ordenou centenas de obreiros ao ministério pastoral; administrou a construção de mais de uma centena de templos; pregou em quase todos os municípios maranhenses e em vários estados do Brasil e fora dele.  Às famílias de todos os nossos pioneiros pastores e membros em geral. A todos os que presidiram e presidem a CEADEMA, desde o Pastor Luis Higino de Sousa, até o presidente atual, pastor Pedro Aldi Damasceno. A todos os pastores presidentes da AD em São Luis, desde o Pastor Clímaco Bueno Aza, até ao Pastor José Guimarães Coutinho. A todos os nossos obreiros jubilados. A todos os que trabalharam direta ou indiretamente contribuindo para o crescimento da Assembleia de Deus e da CEADEMA neste Estado. Especialmente a todos os que continuam militando nesta grande seara do nosso mestre Jesus.

Esta breve reflexão tem o objetivo de resgatar a memória dos nossos pioneiros, que, a seu tempo, enfrentaram as dificuldades que lhes sobrevieram nas primeiras décadas de trabalho, bem como apresentar abreviadamente a trajetória da Assembleia de Deus nestes 91 anos marcados pela ênfase na doutrina bíblica pentecostal, pela oração e evangelização e pela ação social. Os resultados desse dinâmico trabalho podem ser comprovados por todos, pois, bem enfatizou o apóstolo Paulo: “…O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”, Rm 1.16. Nestes 91 anos, a influência benéfica do evangelho de Cristo através da Assembleia de Deus, a pioneira do movimento pentecostal no Maranhão, tem sido notável em todos os níveis da sociedade maranhense. Que o estimado leitor seja motivado a continuar servindo a Deus e a buscar cada vez mais conhecer as obras que Deus tem realizado através do movimento pentecostal no estado do Maranhão. A  Deus toda a glória!

Pr. Rayfran Batista da Silva
rayfranbatista@gmail.com

INÍCIO DA OBRA

 




        O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus.

O início da Obra
Final do ano de 1921, este foi o tempo permitido por Deus para que chegasse ao Maranhão a mensagem pentecostal. O evangelho já havia sido anunciado pelas Igrejas Presbiteriana e Batista, que já estavam plantadas em terras gonçalvinas. Porém, de acordo com dados de algumas fontes históricas, os primeiros contatos protestantes de que temos notícias na Ilha de São Luís devem ter ocorrido no período da própria fundação da cidade, pois Daniel de La Touche, um dos principais líderes da esquadra francesa que chegara a esta ilha em 1912, era protestante de fé reformada calvinista. Provavelmente teria sido nesta época que o Maranhão tenha ouvido pela primeira vez o evangelho de Cristo, através de um protestante. Porém, não temos informações concretas se Daniel de La Touche implantou algum trabalho evangélico ou fez alguma tentativa de estabelecer a doutrina protestante na Ilha de São Luís. Fato concreto, porém, é a chegada do missionário George Butler, da Igreja Presbiteriana, este plantou na capital maranhense a primeira igreja da sua denominação. Estavam, portanto, lançadas  oficialmente”, as bases da pregação evangélica em São Luís do Maranhão. A Teologia reformada aqui ensinada prosperou e a Igreja Presbiteriana continua até hoje o seu trabalho de evangelização nesta cidade.
Em seguida, foi a vez dos batistas, ardorosos defensores da doutrina cristã. A primeira Igreja Batista foi organizada em São Luís no dia 23 de maio de 1908 pelo missionário fundador Eurico Nelson. Deus seja louvado pela bravura, dedicação e pioneirismo de nossos irmãos presbiterianos e batistas, cujos trabalhos muito têm contribuído e produzido para o Reino de Deus nesta cidade, bem como em todo o Estado do Maranhão. Porém, naquele memorável final de ano (1921) a velha “Atenas Brasileira” ouviu pela primeira vez a pregação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo acompanhada da informação de que Jesus não somente salva, mas também cura e batiza com o Espírito Santo. O mensageiro escolhido por Deus para tão nobre missão teve a indicação e a aprovação da igreja Assembléia de Deus em Belém – a igreja mãe. Clímaco Bueno Aza, um cidadão colombiano que recebeu a Jesus como Senhor e Salvador em Belém-PA no ano de 1913. Tendo logo sentido a vocação divina para anunciar o Evangelho abandonou seus trabalhos seculares e dedicou-se exclusivamente à pregação contínua do Evangelho. Nos primeiros anos auxiliou o missionário Daniel Berg na plantação de diversas igrejas na região da estrada de ferro Belém/Bragança, igrejas que florescem até hoje. Clímaco Bueno Aza foi ordenado ao Santo Ministério em 10/03/1918. Foi indicado para iniciar a Assembléia de Deus no estado do Maranhão, o irmão Clímaco, aceitou o desafio e viajou para a capital do estado.
O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus. E para a alegria dos Céus, da igreja em Belém e do nosso irmão Bueno Aza, grande parte da semente caiu em boa terra e começou a nascer com brevidade. Pouco a pouco o pioneiro começava ver o Senhor da Igreja abrir portas para a divulgação da Palavra, sendo então possível no dia 15 de janeiro de 1922 oficializar a fundação da novel igreja na residência de Propécio Lázaro Lobato e Ana Almeida Lobato, situada na Rua 7 de setembro, na casa de nº 149. Neste dia houve o primeiro batismo em águas de alguns conversos e foi realizada a Ceia do Senhor. Assim foi organizada a 1ª Assembléia de Deus no estado Maranhão. São Luís tinha apenas 54.077 habitantes. O estado inteiro possuía 893.332 habitantes, cujo governador era Godofredo Mendes Viana.
As primeiras conversões
Os primeiros conversos do Maranhão à fé pentecostal foram Propécio Lázaro Lobato e sua esposa Ana Almeida Lobato1. “O irmão Propécio tornou-se o primeiro diácono a ser consagrado pela Assembléia de Deus no Maranhão e faleceu a 17 de julho de 1954, com 72 anos”2. Entre os primeiros conversos, incluem-se o irmão Paulino Flávio Rodrigues e sua esposa, irmã Isabel Florestal Rodrigues e Maria Oliveira.
No mês de dezembro de 2001 tivemos a oportunidade de realizar uma entrevista com dois filhos do primeiro casal convertido, Rubens de Almeida Lobato e Eulinda Lobato Rabelo. Ele, 77 anos, viúvo, membro da Assembléia de Deus. Ela, 76 anos, membro da Primeira Igreja Batista de São Luís. Ambos residentes em São Luís.
Na citada entrevista obtivemos, portanto, as seguintes informações, que vieram confirmar alguns dados, completar outros e aprofundar e acrescentar em alguns aspectos o conhecimento então existente sobre as origens da Assembléia de Deus em São Luís.

Ao chegar em São Luís, o pioneiro Clímaco Bueno Aza, inicia a distribuição de folhetos gratuitos trazendo a mensagem do Evangelho  e, paralelamente desenvolve o seu trabalho de colportor com a venda de Bíblias e livros evangélicos. No primeiro contato com a família de Lobato, Bueno Aza, ao oferecer o folheto evangelístico na própria casa de Propécio Lázaro Lobato, ouviu da esposa deste a seguinte expressão, com ar de surpresa: “...Ah! Sim, sobre este folheto que você me oferece, certamente já ouvi falar, pois você é da religião do diabo, não é?” Ao que responde o homem de Deus: “Senhora, eu não sou da religião do diabo, sou pregador do Evangelho e distribuo a Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus. Sou um crente em Jesus”. Depois deste esclarecimento e identificação, a Sra. Ana Almeida Lobato muda imediatamente o tom do diálogo e informa ao pr. Bueno Aza que seu esposo tinha interesse por esse assunto de “Evangelho”, e, portanto, o pastor deveria esperar pela chegada do Sr. Propécio. Era quase a hora do almoço. Como militar que era, cabo da Polícia, Propécio estava de serviço no quartel, que àquela época situava-se próximo à sua residência. Aquele era o primeiro sinal para o pastor Clímaco Bueno Aza, de que seu trabalho prosperaria. Confiante, ficou aguardando o dono da casa. Este, ao chegar, deu-lhe as boas vindas e assentou-se com a presença do ilustre visitante, convidando-o para almoçarem juntos. E ali, então, nosso pioneiro sentiu-se à vontade para entregar a mensagem de Deus, em cujo conteúdo constava, principalmente, o plano da salvação em Cristo, transmitido de uma forma simples e bastante objetiva. E, como um bom discípulo de Gunnar Vingren e Daniel Berg, o evangelista Clímaco não deve ter esquecido de resumir-lhe o âmago da fé pentecostal: Jesus Cristo salva, cura e também batiza com o Espírito Santo.
Durante o diálogo, Bueno Aza foi informado que Propécio já teria ouvido um pouco do evangelho há algum tempo, pois, passando um dia nas proximidades do Hospital Português, deparou-se com algumas jovens da Igreja Presbiteriana de São Luís, que realizavam um culto ao ar-livre e ali pregavam, cantavam e oravam, o que chamou bastante a sua atenção. E, agora, através do contato com o nosso pioneiro Bueno Aza, o seu entendimento se abria para compreender a Palavra de Deus e a sua condição de pecador, necessitado da salvação em Cristo Jesus. Não tardou, pois, em fazer a sua decisão a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida juntamente com a sua esposa, que também compreendeu a mensagem e a aceitou, decidindo-se a Cristo. Ali estava se abrindo uma porta que jamais seria fechada. Era mais uma agência do Reino de Deus que estava que estava sendo implantada, onde centenas e milhares de ludovicenses aceitariam à fé cristã, onde teriam suas vidas transformadas pelo poder do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
O pr. Clímaco sentiu a necessidade de continuar a sua missão, e, agora mais entusiasmado, pois já via os primeiros frutos como resultado de sua semeadura evangelística. À medida que os dias iam passando, o pioneiro pentecostal continuava a pregar o santo evangelho e distribuir Bíblias, entre outras literaturas evangélicas. Passou um período hospedado na própria residência de Propécio Lobato, que, familiarmente, era conhecido também como Juca Lobato.

Depois de um curto período, o missionário Clímaco Bueno Aza oficializou a fundação e organização da primeira Igreja Evangélica Assembléia de Deus em terras maranhenses, sendo oficializada a igreja com o batismo em águas dos primeiros decididos à fé pentecostal e a realização da Santa Ceia do Senhor, em 15 de fevereiro de 1922. A novel igreja ficou funcionando na própria residência do irmão “Juca”. Estava, assim, lançado o marco inicial da obra pentecostal do Maranhão. O pr. Clímaco Bueno Aza passou poucos meses dirigindo a igreja, e, ainda em 1922, passou-a à liderança do pr. Manoel da Penha.
Além do salão alugado na rua Dr. Herculano Parga, nº 474, a igreja esteve funcionando em alguns salões alugados. Houve um período de muitas dificuldades, principalmente a falta de recursos para o funcionamento regular da igreja, pois a igreja ficou dependendo financeiramente do seu primeiro membro, o irmão Propécio Lázaro Lobato, de tal modo que, onde quer o irmão Propécio estivesse residindo, ali também funcionava os cultos e as demais atividades internas da igreja. Pois o aluguel foi pago por um considerável tempo pelo irmão Propécio Lobato. Os primeiros bancos, que serviram de assentos aos participantes da novel igreja, foram tomados emprestados do Quartel de Polícia, devido ao bom relacionamento e a influência de nosso irmão Propécio, que exercia a função de cabo da Polícia Militar do Estado do Maranhão, e Paulino Flávio, que era, então, sargento daquela corporação militar. Conta o irmão Rubens Lobato que os primeiros bancos de propriedade da igreja foram confeccionados e doados por seu pai, o primeiro membro da igreja. Lembra ainda que, a iluminação dependia de um “lampião” a querosene ou, às vezes, à base de carboreto.

As dificuldades eram muitas, no entanto, do pouco que possuíam, os membros da igreja pioneira desta capital, distribuíam consideravelmente ajuda aos mais necessitados, fazendo visitas nos leprosários, residências, ruas, praças, etc. Às vezes, os irmãos tinham que ajuntar suas próprias contribuições para pagarem as passagens dos novos decididos, dos quais, muitos utilizavam o bonde como meio de transporte a fim de poderem congregar-se regularmente.


A igreja prossegue
Algum tempo depois, na Rua do Passeio, na casa de nº 360 (hoje localizada em frente ao Templo Central), o trabalho continuava em uma modesta residência, que aos fundos, possuía um grande salão. Ali, durante vários anos, os pioneiros realizaram cultos de pregação, reuniões de oração e de estudos da Palavra de Deus. Era aquele o único local em que os cultos da Assembléia de Deus eram realizados por vários anos nesta cidade. Há testemunhos e registros de que, por Sua graça, Deus manifestava ali salvação de almas, curas divinas e batismos com o Espírito Santo.
Até que, no pastorado de Deocleciano Cabralzinho de Assis, a Igreja construiu o seu primeiro Templo, que para tanto, recebeu uma ajuda financeira da Assembléia de Deus em Belém-PA, a igreja mãe, que não somente enviou o primeiro missionário e os primeiros pastores, mas também os manteve e supervisionou a administração da igreja, tanto na capital como no interior do Estado por um período que se estendeu da fundação da igreja, em 1922, e por mais vinte e cinco anos, aproximadamente.
Sob a Palavra ungida, pregada e vivida pelos primeiros crentes, a igreja iniciada como uma pequena semente, que após ser germinada, nasceu, cresceu e transformou-se numa grande árvore, produzindo muitos frutos. Emergindo de sérias dificuldades e de penosas humilhações, a Assembléia de Deus nascida em São Luís prosseguiu valorosamente em sua marcha pela conquista de milhares de almas para o reino de Cristo. Confirmando a palavra de Sua graça, o Senhor Jesus fez prosperar maravilhosamente a obra iniciada pelo pastor Clímaco e continuada por dezenas e centenas de outros obreiros, aos quais Deus encheu do Seu Espírito Santo, credenciando-os, deste modo, para a execução da gloriosa obra de pregar o evangelho em terras maranhenses.
“A benção do Senhor é que enriquece” (Pv 10.22). Foi isto que  aconteceu. A obra prosperou. A chama pentecostal alastrou-se através  de dezenas e centenas de municípios. Novos obreiros foram somados ao quadro de pioneiros. Numerosas portas foram abertas ao Evangelho de poder no interior do Estado. A despeito das oposições de procedências diversas, ninguém foi capaz de deter o avanço da nova igreja através da Baixada, do sertão maranhense e em todas as direções, pois a marcha era comandada pelo Senhor, que disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura...” (Mc 16.15). Muitos dos pioneiros já foram recolhidos ao lugar de descanso, mas outros, igualmente valorosos, têm sido levantados por Deus. A obra não tem sofrido revés. O Senhor continua salvando, batizando com o Espírito Santo e operando maravilhosamente em cumprimento à Sua Palavra. Para isto, Deus tem se utilizado de homens simples, humildes e abnegados. Nestas palavras não nos referimos exclusivamente aos pastores, mas também a milhares de servos de Deus, homens e mulheres que, renunciando por inteiro as paixões mundanas, se entregaram a Cristo para servi-lo com amor, trabalhando incansavelmente em jejuns e orações, através de muitas vigílias e trabalhos ininterruptos de evangelização, sob a unção do Espírito Santo, com a certeza de que toda obra para Deus, realizada com amor, terá a sua fiel recompensa.

Estevam Ângelo de Souza, 1957-199
Nasceu na cidade de Araioses, Estado do Maranhão, no dia 2 de agosto de 1922. Filho de José Romão de Souza e de Maria Alves de  Souza, teve uma infância e adolescência simples, sob os cuidados paternos.
Aos vinte e um anos de idade teve seu encontro com Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador pessoal. Era o dia 09 de abril  de 1944 e o primeiro culto evangélico a que assistia, precisamente na cidade de Magalhães de Almeida. Recebeu o batismo com o Espírito Santo no dia 06 de julho do mesmo ano e em outubro, no dia primeiro, foi batizado em águas.

Daí por diante abraçou a causa do Evangelho. Durante dois anos trabalhou como evangelista, saindo a pregar a Palavra de Deus pelos sertões do Piauí, ainda jovem e solteiro, mesmo sem vínculo ministerial, uma vez que, naquela época, a obra estava se iniciando. Costumava dizer que nesse tempo morava debaixo de um chapéu, pois não possuía moradia, tendo que repousar diversas vezes no meio da mata e sob o orvalho. Sua vocação pastoral confirmou-se no dia 11 de novembro de 1946, quando foi autorizado a evangelista, e consagrado ao Santo Ministério em 27 de julho de 1947, e por fim, ordenado a pastor em 7 de setembro de 1952. Trabalhou inicialmente em Esperantina por sete anos e alguns meses e Luzilândia, ambas no Estado do Piauí, época em que contraiu seu primeiro matrimônio com a jovem Joaquina Maria Batista de Souza, com quem teve os três primeiros filhos, ficando depois viúvo.

Em 21 de novembro de 1953 contraiu novas núpcias com a jovem Gizeuda Lima de Souza, que lhe deu outros seis filhos. Nesse mesmo ano, mudou-se para São Luís a convite do saudoso pr. Alcebíades Pereira de Vasconcelos, tendo sido empossado a 04 de janeirode 1954. Serviu como co-pastor da Assembléia de Deus na capital maranhense até 16 de dezembro de 1957. A igreja na Ilha contava com apenas três congregações quando então assumiu, em definitivo, o pastorado da Igreja, à qual serviu durante 42 anos, um mês e doze dias. Participou da Conferência Mundial Pentecostal em Londres, Inglaterra, em 1976, e em Jerusalém, em 1995, tendo ainda visitado vários países da Europa e Ásia, além dos Estados Unidos da América. Em todo esse período, dedicou-se inteiramente à Causa com muito amor, trabalho e abnegação, o que somente a eternidade poderá revelar todos os frutos do seu profícuo ministério.
Expansão da Igreja no Estado
Quis o Senhor Deus que a igreja em São Luís exercesse o papel de quartel general, pois, daqui saíram os pregadores que levaram a mensagem do Evangelho a dezenas e centenas de municípios maranhenses. Começando pelos povoados de Ibacá e Itãs, no município de Viana. Como um fogo que ardia sem cessar a doutrina pentecostal alastrou-se em todo o Estado do Maranhão.

CREDITOS
Pr. Rayfran Batista
Lider da AD Santa Inês - MA