Tema: A graça de Deus
Texto: Tito 2.11-12
Introdução:
O presente hino exalta a graça de Deus, manifesta no passado (v. 11), que educa
os discípulos de Jesus no presente (v.
12), cuja revelação plena é aguardada no
futuro (v. 13), cujo alicerce e força são o amor do Redentor, que purifica
seu povo e o leva a viver com zelo sagrado (v. 14).
"O conceito
de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras. No AT, hen, 'favor', é o favor imerecido de um
superior a um subalterno. No caso de DEUS e do homem, hen é demonstrado por
meio de bênçãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais
e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31.2; Êx
33.19). Hesed, 'benevolência', é a
firme benevolência expressada entre as pessoas que estão relacionadas, e
particularmente em alianças nas quais DEUS entrou com seu povo e nas quais
sua hesed foi firmemente garantida (2 Sm 7.15; Êx 20.6).
"Graça" deriva do grego, charis. No grego secular, charis estava relacionado ao chairo, "se alegrar".
Já em Homero, denotava "doçura" ou "atratividade". Charis
veio a significar "favor", "boa vontade" e
"benignidade" - especialmente como concedido por um superior a um
inferior.
No Novo Testamento, “graça” (156 vezes) assume um sentido redentor especial, no qual
Deus disponibiliza seu favor em favor dos pecadores, que na verdade não o
merecem.
Há uma tremenda ênfase no Novo Testamento
sobre o fato de que a salvação humana é o resultado da graça do Céu. Essa linda
verdade nunca deve ser minimizada. Ao mesmo tempo, não deve ser pervertida.
A definição encontrada em um dicionário para o termo graça é a seguinte: “O favor imerecido que Deus concede ao homem”. Embora tal definição seja verdadeira, é incompleta. Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor.
Como algumas pessoas têm definido graça?
1. O centro e o
núcleo de toda a Bíblia é a doutrina da graça de Deus" - J. Gresham Machen
2. "Graça" é
o conceito mais importante na Bíblia, no cristianismo e no mundo. É mais
claramente expressa nas promessas de Deus revelada nas Escrituras e encarnada
em Jesus Cristo.
3.
BB Warfield: "A graça é favor soberano
para os maus-merecedores".
4.
John Stott: "A graça é o amor que se
preocupa, se inclina e socorre”.
5. Jerry Bridges: "[Graça] é Deus buscando as pessoas
que estão em rebelião contra ele"
6. Paul Zahl: "A graça é o amor incondicional em
direção a uma pessoa que não merece"
7. A graça de
Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou
essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é
espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e
misericórdia àqueles que Ele escolhe de forma desmerecedora.
8.
Graça é o poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para
capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade.
9.
É o homem estendendo a mão vazia para receber, não a mão cheia para
oferecer. Não tem nada a oferecer em troca de sua salvação. Está morto em seus
delitos e pecados. Somente se dispõe a receber o favor de Deus.
10. "Graça é amor que ultrapassa
todos os limites de amor". Graça não é algo que se deve ao pecador, mas é
algo que ele recebe; não é algo que ele pode reivindicar.
11. "Graça e amor são
essencialmente o mesmo, sendo que graça é o amor se manifestando e operando em
certas condições, e adaptando-se a certas circunstâncias.
12. "A palavra graça é um tipo
de sumário da totalidade de bênçãos imerecidas que vêm ao homem através de
Jesus Cristo. (Ef 1.3).
13. "A graça planejou salvar o
ser humano. A graça efetuou cada passo do plano".
14. A graça se contrasta com o pecado em seu domínio. O pecado reina para a morte; mas a graça para a vida eterna. (Romanos 5:21). O pecado recebe seu poder de condenação através da lei 1 Coríntios 15:36; mas a graça tira do pecado este seu poder ao entregar Cristo para a satisfação da lei. (1 Coríntios 15:57).
1.
A graça na trindade.
Todas as
três pessoas da Trindade são igualmente graciosas para com o pecador. A graça
do Pai, do Filho e do Espírito é igual em sua extensão, mas é distinta em
operação e administração.
1. O Pai é a fonte de toda graça. Ele propôs
o fato e o plano da graça. Ele formulou o concerto de graça e preparou um meio
pelo qual "os pecadores banidos da presença dEle, não fossem expulsos
dEle". Ele fez a escolha, pela graça, de quem seriam os beneficiados por
sua graça, e na plenitude dos tempos mandou Seu Filho ao mundo para servir como
mediador da graça.
2. O Filho eterno é o canal de graça. O único
meio pelo qual a graça de Deus pode atingir o pecador é através de nosso Senhor
Jesus Cristo. Aquele que rejeita a graça de Deus jamais deve se considerar como
beneficiário da graça de Deus! Sua obra reconciliou graça e justiça, como está
escrito: "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se
beijaram". Salmo 85:10.
3. O Espírito Santo é o administrador da graça. Sem a graciosa operação do Espírito Santo na conversão do pecador, nenhum pecador seria beneficiado pela graça. O Espírito toma o que é de Cristo e o dá ao pecador. Ele desperta todas as almas a Deus, e conduz a Cristo todas as ovelhas pelas quais o Bom Pastor dera Sua vida. João 10:11. Ele conquista o mais endurecido dos corações, e limpa a lepra mais imunda do pecado. Ele abre os olhos cegos pelo pecado e os ouvidos fechados por Satanás. O Espírito Santo revela a graça do Pai e aplica a graça do Filho.
2.
Tudo se baseia na graça
Os cristãos vivem a
cada dia, pela graça de Deus. Nós recebemos o perdão de acordo com as riquezas
da graça de Deus e a graça impulsiona a nossa santificação. Paulo nos
diz: "Porque a graça de
Deus se manifestou, trazendo
salvação a todos os homens, ensinando-nos,
para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente
mundo sóbria, e justa, e piamente," (Tito 2:11-12). O
crescimento espiritual não acontece da noite para o dia, mas "cresce na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro
2:18).
3.
A
manifestação da graça salvadora
Ensinar que a Graça de DEUS é a mais extraordinária e maravilhosa manifestação do seu amor pela humanidade, por intermédio de JESUS CRISTO, o seu Filho.
Nas Escrituras, a graça de DEUS se manifesta como "graça comum", "graça salvadora", "graça justificadora e regeneradora" e "graça santificadora.
1. A graça comum
Graça comum é um conceito teológico do protestantismo, primariamente em círculos calvinistas ou reformados, que se refere à graça de Deus que é comum a toda a humanidade. Ela é comum porque seus benefícios se estendem a todos os seres humanos sem distinção
Wayne Grudem assim explica a Graça Comum: “Podemos definir graça comum da seguinte maneira: Graça comum é a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos os homens e não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente”
É uma graça pela qual DEUS dá aos seres humanos
bênçãos ou dádivas inumeráveis que não fazem parte da salvação. Ou seja, não
significa que quem as recebe já é salvo. A base bíblica para esse entendimento
é a graça manifestada por DEUS:
a)
Na esfera física da vida (Gn 3.18; Mt 5.44,45; At
14.16,17);
b)
Na esfera intelectual (Jo 1.9; Rm 1.21; At
17.22,23);
c)
Na esfera da criatividade (Gn 4.17,22);
d)
Na esfera da sociedade (Gn 4.17,19,26; Rm 13.3,4);
e) Na esfera religiosa (1 Tm 2.2; Mt 7.22; Lc 6.35,36). Ou seja, não é porque o mal reinante no ser humano é fruto do pecado original que ele fará somente obras más. Não, a Graça de DEUS opera em todos os homens e faz com que eles façam coisas boas também.
2. A graça salvadora (Tito 2.11) A manifestação da graça salvadora ocorre para todos os homens
A Graça de Deus, ela não é simplesmente um atributo divino, mas também o próprio Senhor Jesus Cristo, “a graça encarnada”; em Ele usar a sua GRAÇA, como meio para salvar a humanidade, foi o maior benefício divino para o povo arruinado pelo pecado. (Jo 1.14). O termo GRAÇA é entendido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus a quem não merecia (Tt 3.4,5). A Graça alcançou a todos, e não somente a um grupo de pessoas (2 Co 5.19; 2 Pe 3.9), pois todos pecaram (Rm 5.12).
3.1.
A GRAÇA
EXIBIDA
O substantivo epifaneia significa a visível aparição de
alguma coisa ou de alguém que estava invisível. Essa palavra era usada no grego
clássico em relação à alvorada, ao amanhecer, quando o sol transpõe a linha do
horizonte e se torna visível.
Destacamos
três aspectos da epifania da graça.
1.
A
origem da graça (2.11)
Deus
2.
A
natureza da graça (2.11). A graça de Deus é salvadora.
3. A extensão da graça (2.11). A graça
de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.
Ela faz isso de três formas:
1.
A
graça salva.
2.
A
graça transforma
4.
A graça transforma nossos
desejos, motivações e comportamentos.
De fato, a graça de Deus nos motivas e
capacita tudo na vida cristã. A graça é a base para:
a)
Nossa identidade cristã: "Pela
graça de Deus sou o que sou" (1 Coríntios 15:10).
b)
Nossa posição diante de Deus: “... esta
graça na qual estamos firmes" (Romanos 5:2).
c)
O nosso comportamento: "Nós nos
comportamos no mundo... pela graça de Deus" (2 Coríntios 2:12).
d)
Nossa vida: Aqueles que recebem "a
abundância da graça e o dom gratuito da justiça reinarão em vida por um só,
Jesus Cristo" (Romanos 5:17) pela "graça da vida" (1 Pedro 1:7).
e)
A nossa santidade: "Deus nos
chamou para uma santa vocação... por causa da sua própria determinação e
graça" (2 Timóteo 2:9).
f)
Nossa força para viver: "Ser
fortalecido pela graça que há em Jesus Cristo" (2 Timóteo 2:1). Pois
"é bom para o coração seja fortalecido pela graça" (Hebreus 13:9).
g)
Nosso modo de falar: "A vossa
palavra seja sempre agradável" (Colossenses 4:6).
h)
Nosso serviço: "servindo uns aos outros
conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça
de Deus" (1 Pedro 4:10).
i)
Nossa suficiência: "A minha
graça te basta" (2 Coríntios 12:9), " E Deus é poderoso para fazer abundar
em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência,
abundeis em toda boa obra"(2 Coríntios 9:8).
j)
Nossa resposta à dificuldade e o sofrimento: Recebemos
"graça para socorro em ocasião oportuna" (Hebreus 4:16) e "E o
Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de
haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e
fortalecer"(1 Pedro 5:10).
k)
Nossa participação na missão de Deus: como
recipientes da graça, temos o privilégio de servir como agentes da graça. Os
crentes recebem a graça (Atos 11:23), são encorajados a continuar na graça
(Atos 13:43), e são chamados a dar testemunho da graça de Deus (Atos 20:24).
Jesus diz: "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós"
(João 20:21). A missão de Deus é para o mundo inteiro.
l)
Nosso futuro: Deus e sua graça são eternos.
"Definir a sua esperança inteiramente na graça que será trazido a você na
revelação de Jesus Cristo" (1 Pedro 1:13).
m)
Nossa esperança para além da morte: "Graça
[reina] através da justiça que conduz à vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor" (Romanos 5:21).
O evangelho é tudo sobre a graça de Deus por
meio de Jesus Cristo. É por isso que Paulo chama de "o evangelho da graça
de Deus" (Atos 20:24) e "palavra da sua graça" (Atos 14:3).
4.1.
Deus
exibe seu poder.
Assim, a partir do
versículo 11, Paulo inicia essa discussão breve, mas muito rica, sobre o poder
da graça salvadora.
1. A graça nos salva da condenação do
pecado: A justificação.
2. A graça nos salva do poder do pecado: A
santificação.
5.
A
GRAÇA EDUCA (A Graça de Deus em Cristo é o sábio pedagogo)
Então
ele diz que a graça, no versículo 12, se torna nosso educador, nosso instrutor,
disciplinar, castigar, corrigir, instruir. Então a graça tem suas lições. Quais são as lições da professora Graça.
Característica Negativa.
1. A graça nos ensina a renúncia (v.12).
Primeiro alvo da educação na graça é que aprendamos a renegar!
Essa não é uma instrução formal ou frouxa, mas consequente e decisiva. Renegar
significa renunciar, abdicar, ser capaz de dizer não.
2. Graça nos ensina a renunciar a
impiedade (v.12).
3. A graça nos ensina a renunciar o
mundanismo (v.12; 1João 2.15-17).
4. A graça nos ensina a santidade (v.12).
Transição
A graça jamais nos dirá um não, mas ela nos conduzirá implacavelmente
a dizermos não à nossa vida sem Deus e às paixões dela resultantes. O alvo de
todo o trecho é: vida santa na atualidade! Quem renega, não será prejudicado na
vida.
6.
A
GRAÇA NOS ENSINA A VIVER.
Característica
Positiva
6.1.
A
graça nos ensina a viver sensatamente (para consigo mesmo)
A sensatez é
o alvo da educação da graça: é a límpida sobriedade e vigilância que resulta da
negação dos desejos secretos e do perdão obtido.
6.2.
A
graça nos ensina a viver retamente (para com o próximo)
Aqueles que foram declarados justos são educados por graça para serem justos (para uma vida justa).
6.3. A graça ensina a viver piedosamente (para com Deus)
7.
A
GRAÇA NOS ENSINA A ESPERAR.
Características
de Expectativa.
7.1. A esperança da vinda de Cristo é a motivação do viver santo
a)
O
fundamento imutável da esperança (Rm 5.5; Fp 1.20)
b)
O
glorioso autor da esperança (Rm 15.13; 2Ts 2.16)
c)
O
maravilhoso objetivo da esperança (Vida eterna, salvação, gloria: Tt 1.2;3.7)
d)
Os
preciosos feitos da esperança (paciência, 1Ts 1.3, franqueza no falar 2Co 3.12,
purificação da vida 1Jo 3.3)
e) O caráter eterno da esperança (1Co 13.13)
7.2.
A
gloria do grande Deus salvador.
7.3.
A
completa redenção.