A TRAJETÓRIA DO HOMEM FELIZ





Tema: A trajetória do homem Feliz

Texto: Salmo 1

Introdução:

Na Bíblia hebraica, o livro é chamado de Sé·fer Tehil·lím, que significa “Livro de Louvores” ou simplesmente Tehil·lím, isto é, “Louvores”. Trata-se do plural de Tehil·láh, que significa “Louvor” ou “Cântico de Louvor”, encontrado no cabeçalho do Salmo 145. O nome “Louvores” é muito apropriado, visto que o livro contém principalmente louvores a Yehowah. O título em português vem da tradução grega, Septuaginta, concluída em cerca de 150 a.C. Psalmoi, o termo grego, significa “cânticos” ou “cânticos sagrados” e é derivado da raiz que significa “impulso, toque”, em cordas de um instrumento de cordas. Esse termo é também encontrado em diversos lugares nas Escrituras Gregas Cristãs, como por exemplo em Lucas 20:42 e em Atos 1:20. O salmo é um cântico ou poema sagrado que serve para louvar e adorar a Deus.

Salmo 45.1

Com o coração vibrando de boas palavras recito os meus versos em honra ao rei; seja a minha língua como a pena de um hábil escritor.

É provável que os Salmos sejam o livro mais amado da Bíblia. Por gerações, eles têm sido um dos grandes tesouros do povo de Deus. Charles H. Spurgeon intitulou o seu comentário nos Salmos de “Os tesouros de Davi”. Realmente um ótimo título, pois as palavras desse livro, nas palavras de Davi, “são mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro” (Sl 19.10).
A maioria dos Salmos foi composta para a adoração de Israel no templo de Jerusalém. Sabemos que foi assim por causa de 50 deles que são dedicados ao diretor de música, diversos outros foram compostos para partes específicas do culto de adoração no templo e 24 mais estão conectados com os músicos do templo, tais como os filhos de Corá. Os Salmos, portanto, refletem a oração e a adoração do Israel de Deus.
        ·         No Novo Testamento, nós descobrimos que o livro dos Salmos é o mais citado pelos apóstolos. Por exemplo, nos Evangelhos nós encontramos Jesus cantando o Salmo 118, no final de sua última Ceia com os apóstolos (Mt 26.30), antes de partir para o Monte das Oliveiras e ter que enfrentar o seu calvário.
        ·         Em sua última semana na terra, o Senhor usou os Salmos 8.2; 118.22-23 e 110.1 para silenciar os sacerdotes e os escribas do templo (Mt 21.16, 42; 22.44).
        ·         A Igreja Primitiva, quando precisou decidir sobre alguém para substituir Judas Iscariotes, voltou-se para os Salmos 69.25 e 109.8 em busca de orientação (At 1.20).
        ·         Em sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro usou os Salmos 16 e 110 para falar da ressurreição de Jesus (At 2.25-36). Quando Pedro e João foram presos, a Igreja Primitiva orou as palavras do Salmo 2.1-2 (At 4.23-31).
        ·         Sabemos também que Paulo valeu-se grandemente dos Salmos na composição de grandes doutrinas expostas em Romanos. Por exemplo, em Romanos 4.6-8 ele ensina a salvação pela fé a partir do Salmo 32.
        ·         Na história da igreja, especialmente na Reforma Protestante ocorrida no século XVI, os Salmos ocuparam papel proeminente. Sabe-se que pouco antes de Martinho Lutero pregar as suas 95 teses para a igreja, na porta da capela de Wittenberg (Alemanha), ele havia lecionado no livro dos Salmos por dois anos consecutivos. A sua visão cristocêntrica na interpretação dos Salmos contribuiu para forjar nele as grandes doutrinas da Reforma.
       ·         Lutero, na sua ânsia para conhecer a Palavra de Deus passou mais de 24 horas trancafiado, a tal ponto de sua esposa Catarina von Bora, mandar arrebentar o trinco da porta. Ao entrar encontrou ele debruçado sobre o salmo 23.
       ·         Martinho Lutero, também nessa linha de pensamento, narrando como os Salmos são capazes de revelar o céu ou o inferno do coração dos servos de Deus, escreveu:

a)      Ali podes contemplar o coração de todos os santos, como belo e delicioso jardim, ou antes como o céu, e ver como nele brotam delicadas, encantadoras e deliciosas flores de toda sorte de belos e felizes pensamentos sobre Deus e sua bondade. Onde encontrarás palavras mais profundas, mais sofridas, mais cheias de tristeza que as lamentações dos salmos? Aqui mais uma vez penetras no coração de todos os santos como na morte, ou antes como no inferno, e vês como tudo é tenebroso e escuro diante da visão da ira de Deus. Também quando falam de temor ou de esperança usam tais palavras como nenhum pintor que representa o temor e a esperança foi, é ou será capaz de fazer. E o melhor de tudo é que falam tais palavras sobre Deus e com Deus.
b)      Falando sobre a maneira como esta coleção de 150 poemas disseca o nosso interior, João Calvino declarou:
Fui acostumado a chamar este livro, e penso que não inadequadamente, de “uma anatomia de todas as partes da alma”, pois não há qualquer emoção, da qual qualquer um pode estar consciente, que não esteja aqui representada como num espelho. Ou melhor, o Espírito Santo tem aqui atraído para a vida todos os sofrimentos, tristezas, medos, dúvidas, esperanças, preocupações, perplexidades, enfim, todas as emoções dispersas e existentes, pelas quais a mente dos homens está acostumada a ser agitada

c)       Johannes Arnd escreveu: “O que o coração e para o homem, os Salmos são para a Biblia”.
d)      W. O. E. Oesterley descreve os Salmos como “a maior sinfonia de louvor a Deus que já foi escrita na terra

Como todo bom livro, os Salmos também têm sua apresentação, que são os Salmos 1 e 2. O editor do Saltério, sob a direção de Deus, escolheu a dedo os salmos para o prefácio. Por que os Salmos 1 e 2?
O Salmo 1 destaca a primazia da Palavra e o Salmo 2 descreve a supremacia de Cristo. Não haveria melhor maneira de se introduzir o Tehilim do que pelo prisma da Lei e do Messias prometido.
Os Salmos são bibliocêntricos e cristocêntricos, como deve ser nossa espiritualidade, nossa vida, nossa adoração, nossas orações, nossos lamentos, nossos louvores – bibliocêntrico e cristocêntrico – tendo a Palavra como fonte e Cristo como foco. A Bíblia deve ter a primazia e Cristo deve ter a supremacia em tudo o que somos e fazemos.

      a)      O Salmo 1 é uma introdução, um prólogo ou um prefácio de todo o livro de Salmos.
      b)      No Salmo 1 temos a ‘porta dourada de entrada’ da congregação do justo. E a chave que abre essa porta é unicamente a Lei do Senhor. É importante que essa ‘porta’ não fique fechada, pois, para quem desconhece a ‘casa’, não se prevê outro lugar de acesso. Além disso, é na ‘porta de entrada’ que o visitante recebe sua primeira impressão da ‘casa’ inteira. Ou, com outras palavras: trata-se do lugar da primeira conversa entre o visitante e quem o recebe. Dependendo deste diálogo, o visitante vai entrar de vez na ‘casa’ ou voltar para trás.
   c)       O Salmo 1, é o “porteiro fiel” que confronta a todos aqueles que querem participar da congregação dos justos. Em outras palavras, ele mostra qual deve ser a atitude do adorador diante da Lei do Senhor, para que assim possa entrar em Sua presença e adorá-Lo.
O editor que colocou esta preciosidade no começo de Salmos agiu com sabedoria, pois as palavras desse cântico indicam o caminho para a benção e advertem sobre o julgamento divino - dois temas frequentes nos Salmos. As imagens desse salmo conectam o leitor aos ensinamentos anteriores do Antigo Testamento.
      a)      Em Genesis, vemos pessoas caminhando com Deus (5:21, 24; 6:9; 1 7:1), o rio que da vida (2:10-14) e também arvores e frutos (2:8-10).
      b)      A lei do Senhor relaciona o salmo ao êxodo por meio de Deuteronômio. Ser bem-sucedido pela meditação dessa lei e obediência a ela nos faz lembrar Josué 1:8.

O salmo apresenta dois caminhos:
      a)      O da benção e o do julgamento; e Israel deveria escolher um deles (Dt 30:1 5, 19).   
      b)      Jesus usa uma imagem semelhante (Mt 7:13, 14).
      c)       A história da Bíblia parece desenvolver-se em torno do conceito de "dois homens": o "primeiro Adão" e o "último Adão" (Rm 5; 1 Co 15:45) - Caim e Abel, Ismael e Isaque, Esaú e Jacó, Davi e Saul – e chega a seu ápice em Cristo e o Anticristo. Dois homens, dois caminhos, dois destinos.

Oração de transição

Estando em pé junta a essa porta, vamos pedir ao querido Espirito Santo que nos conduza ao interior dessa casa.

      1.       Conhecendo a nossa identidade espiritual

 Este Salmo é um convite de Deus para que possamos descobrir nossa identidade! Ou seja, quem realmente somos.

      1.1. O justo é bem-aventurado (V.1,2)

A expressão “bem-aventurado” aparece 26 vezes em todo o livro de Salmos (1.1; 2.12; 32.1,2; 33.12; 34.8; 40.4; 41.1; 65.4; 84.4,5,12; 89.15; 94.12; 106.3; 112.2; 119.1,2; 127.1,2; 137.8,9; 144.15,16; 146.5), seu significo básico é “muito feliz, extremamente feliz, grandemente feliz”. Essa felicidade não é qualquer qualidade de felicidade, mas uma felicidade que não é passageira e nem muito menos fundamentada em estímulos humanos e nem em objetos terrenos, está escondida em Deus e consiste:
    1  .       Na sabedoria divina (Pv.3.13)
    2  .       Na obediência a Deus (Pv.8.23)
    3  .       Na confiança no Senhor (Pv.16.20)
    4  .       Na observância aos mandamentos (Pv.29.18).
    5.        No temor ao Senhor (Sl 128.1)
O homem bem-aventurado como “aquele que tem a glória dos céus”, dando a entender que ele possui uma felicidade vinda diretamente dos céus, de Deus.
Esses dois versos descrevem em que consiste caráter do homem bem-aventurado. Como podemos ver ao ler esse texto, o seu caráter consiste em coisa negativas (no que se refere ao que ele não é e não faz) e em coisas positivas (no sentido do que ele é e faz).

1.2. O caráter negativo do bem-aventurado

O primeiro verso expressa em forma negativa que tipo de pessoa é o bem-aventurado. Em resumo, o salmista diz que ela é uma pessoa totalmente avessa aos pecadores. Calvino diz que essa pessoa é alguém afastada da sociedade dos ímpios.

Reparem na sequência lógica dos verbos “andar”, “deter-se” e “assentar-se”.

Andar no conselhodeter-se no caminho e assentar-se na roda dos escarnecedores (andardeter-seassentar-se X conselho – caminho – roda). É uma sequência perigosa e nós devemos evitar cair neste mal. O que a palavra de Deus está dizendo é que quem anda nesse caminho, acabará se detendo no caminho e por fim assentar-se-á na roda dos escarnecedores.

O verso acima nos mostra três áreas da vida humana: os pensamentos, as atividades e os relacionamentos, em todas essas três áreas o bem-aventurado está em oposição aos pecadores.

O salmista destaca três comportamentos que o bem-aventurado não prática, partindo do menor para o maior:

1º. Ele não anda no conselho dos ímpios- o bem-aventurado evita um relacionamento, ainda que rápido ou casual com os ímpios, que são pessoas perversas, hostis para com Deus e os homens. Desta forma, ele evita dar ouvidos aos seus conselhos, ou seja, seus pensamentos, seus desígnios e propósitos, pois estes são em sua maioria maus e pecaminosos.
“O conselho”, aqui o vocábulo hebraico é (ats’at) que significa conselho parecer, e a palavra usada para “injusto” é (reshaim) que também pode ser traduzido por “ímpio” vem do radical (rashe’a) que dá a idéia de: “condenar-se, ser mal”, por tanto o salmista quer dizer, que o injusto ou ímpio é aquele que condena a si mesmo em algo, mesmo sabendo que aquilo que ele está fazendo é errado. O conselho dos injustos ou ímpios para o salmista é a comunhão com o sistema mundial, com as trevas, com aqueles que conscientemente caminham para a destruição.
2º. Ele não se detém no caminho dos pecadores- o bem-aventurado evita um relacionamento continuo com os pecadores, que são pessoas que estão desviadas do caminho de Deus e que são pecadores habituados e determinados. Desta forma, ele evita seguir o seus modos e maneiras de viver, que são constantemente pecaminosos.
Não pára: O verbo usado aqui pelo salmista é (‘amad) também está no pretérito e significa: parar, estacionar, e leva a uma ação consumada. A tradução ficaria “não parou”, aqui o salmista faz um paralelismo com a frase “não andou” dando o mesmo sentido daquilo que já foi consumado.
“O caminho dos pecadores” no hebraico o vocábulo é (hatã), que vem do verbo de mesma grafia, que quer dizer: errar. Quando o salmista se refere ao “caminho dos pecadores” ele tem em mente o caminho daqueles que estão em erros ou errados, estão em pecados, estão desviados do “alvo” que é o termo teológico para a definição de pecado. O alerta do salmista aqui é para o justo tomar o cuidado para estacionar, ou parar neste caminho.

Comparando o caminho dos justos e dos ímpios

Enquanto o ímpio é como uma palha que o vento dispersa
O justo é como uma árvore plantada junto à fonte.
Enquanto o ímpio está seco espiritualmente
O justo tem verdor mesmo nos tempos de sequidão
Enquanto o ímpio não tem frutos que agradam a Deus
O justo produz frutos na estação certa
Enquanto o ímpio não tem estabilidade e é jogado de um lado para o outro pelo vendaval
O justo tem suas raízes firmadas no solo da fidelidade de Deus
Enquanto o ímpio tem suas obras reprovadas por Deus
O justo tem sucesso em tudo quanto faz
Enquanto o ímpio busca a roda dos escarnecedores
O justo se deleita na lei do Senhor
Enquanto o ímpio não terá assento na assembleia dos santos nem prevalecerá no juízo
O justo será conduzido por Deus na história e recebido na glória
Enquanto o caminho do ímpio perecerá
O caminho do justo é conhecido por Deus

3º. Ele não se assenta na roda dos escarnecedores- o bem-aventurado não é alguém que estar reunido, habitando ou sempre em companhia de escarnecedores, que são pessoas que desprezam, falam arrogantemente contra Deus, que estão completamente obstinada pelo pecado. Ou seja, o bem-aventurado não é alguém que estar convivendo tranquilamente com pessoas voltadas completamente contra Deus e contra a fé.
Nem se assenta: aqui o verbo hebraico é (yashav), que significa: sentar-se, permanecer, habitar. O salmista usa o mesmo tempo do verbo, ou seja, no passado e a tradução ficaria assim: “não se assentou”, transmitindo a mesma idéia daquilo que já aconteceu. “A roda dos zombadores”, no original os vocábulos são os seguintes: roda (moshav), que quer dizer: “assentamento, vila” e para zombadores temos (letsym), que significa: “fúteis, volúveis, palhaços, perversos, escarnecedores”, no original da à seguinte idéia: estão escarnecendo, estão sendo fúteis, estão sendo volúveis.
     
         Lição Importante
        ·         No caminho dos ímpios há a progressividade do mal
Já vimos, então, o que denominamos de progressividade do mal (andar – deter-se – assentar-se).  Sim é uma progressividade, isto é, vai aumentando de intensidade e força ou que evolui gradativamente ou por etapas. O melhor mesmo a se fazer é não dar a mínima brecha à situação de pecado e já logo cortar qualquer mal pela raiz antes que o mesmo progrida. Não deixe o mal progredir se ele já começou em sua vida!

      a)      Ele vai progredindo em perversidade ímpios (impiedade contra Deus), pecadores (praticante do mal), zombadores (prazer no pecado).
      b)      Ele vai piorando em posturas – anda, para, assenta. O pecado vai paralisando aos poucos. Anda. Anda e para. Para de vez. 
      c)       Ele vai piorando como pessoa seguir o conselho (implica segredo), imitar a conduta (implica abertura), assentar na roda (implica orgulho).
      d)      Ele piora até se tornar uma palhaQue é uma palha? Algo sem valor. Ela já não tem mais o grão. Ela perdeu sua função, sua vida, sua virtude. Ela vive de um lado para o outro até ser despedaçada ou queimada.

       ·         No caminho dos justos há a progressividade para o przer
Pv. 4.18
Ser dia perfeito:
     a)      Eternidade – é a eterna vida (folha não murcha)
     b)      Dia perfeito – dia feito pelo pai
     c)       Dia eternal – dia claro (Revelação)

1.1. O caráter positivo do bem-aventurado

Oração de ligação

A vida crista não consiste somente e simplesmente naquilo que não se pode fazer, mas naquilo que o cristão deve fazer positivamente, e é isso que o salmista destaca nesse segundo verso do salmo 1.

·         As características do bem-aventurado

1.1.O prazer do bem-aventurado está na Lei do senhor
O seu prazer: a palavra usada aqui é (heféts), que significa desejo, anelo. O verso diz: “o seu prazer está na lei de Javé”, o salmista aqui faz uma alusão à lei dada ao povo judeu através de Moisés, pois o maior prazer que o judeu fiel tinha, era estar junto da sua “toráh”.
1.2.O bem-aventurado medita na Lei do senhor
O meditar: o verbo hebraico usado aqui é (hagah), que significa: falar, expressar, pensar meditar. O texto diz “e medita sua lei dia e noite”, é notável percebermos o amplo sentido deste verbo. O salmista está afirmando que Javé abençoa o servo que medita (exame interior) , fala, pensa, estuda a sua palavra de dia e de noite. A expressão dia e noite além de especificar um período de tempo, pode caracterizar tipologicamente, luta e vitória (Sl-30:5b). “O choro pode durar uma noite, mas, a alegria vem pela manhã”, neste caso a ficaria assim: “o choro pode durar uma noite (luta), mas a alegria vem pela manhã (vitória) ”.
            O salmista está dizendo que tem vitória aquele que medita na lei de Javé quando está bem (dia), mas também medita quando tudo está mal (noite).

1.3.O bem-aventurado é como uma arvore (V.3)

O salmista compara o justo com uma árvore e dá a esta árvore quatro características, que são:
  a)                 Plantada: o verbo está no particípio e dar-se a entender que Javé é quem plantou, e que Javé é o responsável pelo cuidado desta árvore dando-lhe todo nutriente necessário, para a sua existência.
b)            Junto d’água corrente: a palavra hebraica usada aqui para corrente é (peleg), que também pode significar facção ou à parte. “Plantada junto d’água corrente” parece que o salmista está fazendo uma alusão às escrituras, ou está se referindo literalmente a um rio, mas na verdade ele está se referindo ao mundo (sistema), os injustos, e está árvore (homem ou mulher) foi plantada numa facção (peleg) à parte, separada das águas (alusão ao mundo, sistema), ou seja, a obra de Deus constitui-se numa facção, uma parte de homens e mulheres que tomaram outro rumo a seguir, o salmista desvincula totalmente o justo do injusto.
c)                  Dá fruto no tempo devido: no original o verbo é (Natan), que significa: dar, colocar. O salmista parece ser um homem do campo e está sendo oprimido por alguém que ele chama de injusto, e faz um retrato perfeito do justo, que dirigido por Javé, não dá fruto fora da hora, mas no tempo determinado, na estação própria, ou seja, o salmista está tranquilo porque no momento certo ele, isto é, sua terra dará seus frutos.
d)                 Suas folhas nunca murcham: o verbo usado aqui é (navel), que significa: murchar, fenecer, secar. Além de ser uma árvore que só dá fruto na estação própria, o justo é também tipo de uma árvore cuja folha não murcha ou seca, o salmista está dizendo que esta árvore não sente mudança de tempo. Tem épocas do ano que as árvores perdem suas folhas, em Israel isso acontecia no início do inverno, a figueira, ficava totalmente sem folhas, o salmista dá entender que o justo não sente essa mudança de tempo e ainda “tudo o que ele faz é bem-sucedido”, o verbo usado para bem-sucedido é (tsalakh), que significa: prosperar, triunfar, atravessar. O salmista está dizendo que o justo terá êxito, triunfará e atravessará por qualquer adversidade.  

 3. Não são assim os injustos: (v.4).


             Injustos que pode ser traduzido por ímpios, quer dizer: que não tem fé, incrédulo, que pratica impiedade, que não pratica a justiça. O salmista aqui dá dois exemplos de como são os injustos.
 a)                 São como a palha: esta palavra no hebraico é (mots), que significa: palha cortada em pedaços, escória de cereais. João Ferreira de Almeida edição RC. 1995; traduziu esta palavra por moinha. Se o injusto é como a palha, o salmista está dizendo que é um ser leve, sem consciência espiritual, vazio, verdadeiro dejeto humano, largado as suas próprias sortes, a moinha, segundo o dicionário Aurélio é, fragmentos miúdos de palha que ficam depois da debulha de cereais, (cascas de grãos vazias).
  b)                 Que o vento arrebata: o verbo usado aqui é (nadaf), que significa: dispersar, espalhar. O verbo está no futuro, indicando uma ação que ainda ocorrerá, o salmista está dizendo que o vento irá soprar nestas cascas de grãos vazias (os injustos) e os espalhará. A palavra vento no hebraico é a mesma usada para o Espírito (ruach), que quer dizer: vento, sopro, espírito, aqui o salmista dá a entender que o próprio Deus é quem os espalhará.

5. Dois futuros: (v.5).

            Aqui o salmista faz uma analogia a dois futuros, um para os injustos e outro para os pecadores fazendo um paralelismo entre si.
 a)                                O futuro dos injustos: “não ficarão de pé no julgamento” no original hebraico o verbo é (kum), que quer dizer: levantar-se, rebelar-se, resistir. Aqui o salmista dá a entender que o injusto não poderá ao menos se levantar no dia do juízo, pois Javé não os permitirá.
 b)                 O futuro dos pecadores: “não subsistirão na assembleia dos justos” a palavra para assembleia no hebraico é (odat), e é oriunda do verbo que significa “adornar”. O salmista está dizendo que os pecadores não irão compor o adorno, jóia dos justos (figura da salvação, promessas, dons, etc). Sendo assim o salmista diz que não serão reconhecidos por Javé e serão espalhados pelo horizonte a fora.

 6. Dois caminhos: (v.6).

            Semelhante ao versículo anterior, o salmista faz o mesmo jogo de palavras usando sendo que agora para dois caminhos, fazendo paralelismos semelhantes.
 a)                 O caminho dos justos: este caminho é conhecido por javé, o salmista está dizendo que por onde o justo passa Javé tem cuidado dele, que é conhecedor de cada passo, de cada atitude tomada e este caminho conduz à paz, a alegria e a salvação.
 b)                 O caminho dos injustos: conduz à ruína, o verbo usado no original é (avad), que quer dizer: “perder-se”, errar, perecer, sumir, deste verbo deriva-se apalavra “abadom” que quer dizer: “destruição”. Nisto o salmista está dizendo que o caminho do injusto conduz a perdição e a destruição.

Assembleia de Deus em São Luis comemora 97 anos





A Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Luis – IADESL, comemora hoje (15) os seus 97 anos. Reconhecida como uma das mais tradicionais denominações evangélicas, a IADESL consolidou-se como uma igreja prestigiada pela sociedade por todo o seu trabalho voltado para o campo espiritual e social e significativas contribuições prestadas à comunidade.
Como parte da programação de comemoração, todas as congregações da IADESL promoveram culto de celebração e agradecimento a Deus no último domingo (13) e os membros da denominação elegeram a mesa diretora presidida pelo pastor José Guimarães Coutinho no Culto Administrativo realizado nesta segunda (14).

O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus.

História

Final do ano de 1921, este foi o tempo permitido por Deus para que chegasse ao Maranhão a mensagem pentecostal. O evangelho já havia sido anunciado pelas Igrejas Presbiteriana e Batista, que já estavam plantadas em terras gonçalvinas. Porém, de acordo com dados de algumas fontes históricas, os primeiros contatos protestantes de que temos notícias na Ilha de São Luís devem ter ocorrido no período da própria fundação da cidade, pois Daniel de La Touche, um dos principais líderes da esquadra francesa que chegara a esta ilha em 1912, era protestante de fé reformada calvinista. Provavelmente teria sido nesta época que o Maranhão tenha ouvido pela primeira vez o evangelho de Cristo, através de um protestante. Porém, não temos informações concretas se Daniel de La Touche implantou algum trabalho evangélico ou fez alguma tentativa de estabelecer a doutrina protestante na Ilha de São Luís. Fato concreto, porém, é a chegada do missionário George Butler, da Igreja Presbiteriana, este plantou na capital maranhense a primeira igreja da sua denominação. Estavam, portanto, lançadas  oficialmente”, as bases da pregação evangélica em São Luís do Maranhão. A Teologia reformada aqui ensinada prosperou e a Igreja Presbiteriana continua até hoje o seu trabalho de evangelização nesta cidade.

Em seguida, foi a vez dos batistas, ardorosos defensores da doutrina cristã. A primeira Igreja Batista foi organizada em São Luís no dia 23 de maio de 1908 pelo missionário fundador Eurico Nelson. Deus seja louvado pela bravura, dedicação e pioneirismo de nossos irmãos presbiterianos e batistas, cujos trabalhos muito têm contribuído e produzido para o Reino de Deus nesta cidade, bem como em todo o Estado do Maranhão. Porém, naquele memorável final de ano (1921) a velha “Atenas Brasileira” ouviu pela primeira vez a pregação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo acompanhada da informação de que Jesus não somente salva, mas também cura e batiza com o Espírito Santo. O mensageiro escolhido por Deus para tão nobre missão teve a indicação e a aprovação da igreja Assembléia de Deus em Belém – a igreja mãe. Clímaco Bueno Aza, um cidadão colombiano que recebeu a Jesus como Senhor e Salvador em Belém-PA no ano de 1913. Tendo logo sentido a vocação divina para anunciar o Evangelho abandonou seus trabalhos seculares e dedicou-se exclusivamente à pregação contínua do Evangelho. Nos primeiros anos auxiliou o missionário Daniel Berg na plantação de diversas igrejas na região da estrada de ferro Belém/Bragança, igrejas que florescem até hoje. Clímaco Bueno Aza foi ordenado ao Santo Ministério em 10/03/1918. Foi indicado para iniciar a Assembléia de Deus no estado do Maranhão, o irmão Clímaco, aceitou o desafio e viajou para a capital do estado. 

             O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus. E para a alegria dos Céus, da igreja em Belém e do nosso irmão Bueno Aza, grande parte da semente caiu em boa terra e começou a nascer com brevidade. Pouco a pouco o pioneiro começava ver o Senhor da Igreja abrir portas para a divulgação da Palavra, sendo então possível no dia 15 de janeiro de 1922 oficializar a fundação da novel igreja na residência de Propécio Lázaro Lobato e Ana Almeida Lobato, situada na Rua 7 de setembro, na casa de nº 149. Neste dia houve o primeiro batismo em águas de alguns conversos e foi realizada a Ceia do Senhor. Assim foi organizada a 1ª Assembléia de Deus no estado Maranhão. São Luís tinha apenas 54.077 habitantes. O estado inteiro possuía 893.332 habitantes, cujo governador era Godofredo Mendes Viana.




A seguir, a lista de pastores que presidiram a IADESL ao longo desses 97 anos:

·         Pr. Clímaco Bueno Aza – 1922
·         Pr. Manoel da Penha – 1922 a 1927
·         Pr. Nels Julius Nelson – 1927
·         Pr. Manoel César – 1927 a 1932
·         Pr. Luís Higino de Souza – 1932 a 1935
·         Pr. Januário Norberto Soares – 1935 a 1937
·         Pr. José Bezerra Cavalcante – 1937 a 1939
·         Pr. Deocleciano Cabralzinho de Assis  – 1939 a 1941
·         Pr. Francisco Pereira do Nascimento – 1941 e 1944
·         Pr. José Leonardo da Silva  – 1942 a 1943
·         Pr. José Ramos – 1944 a 1947
·         Pr. José Pinto de Meneses – 1948 a 1952
·         Pr. Francisco Moisés Garcia – 1953
·         Pr. Alcebíades Pereira de Vasconcelos – 1953 a 1956
·         Pr. José Teixeira Rêgo – 1956 (interinamente)
·         Pr. Estevam Ângelo de Sousa – 1956 a 1996
·         Pr. José Guimarães Coutinho – 1996 até os dias atuais