A PARÁBOLA DO SEMEADOR


Tema: A Parábola do Semeador

Texto: Mt 13.1-8

Introdução:

           O Novo Testamento é o livro mais vital do mundo. Seu tema supremo é o Senhor Jesus Cristo. Seu objetivo supremo é a salvação dos seres humanos. Seu projeto supremo é o reinado final do Senhor Jesus num império sem limites e eterno.            

           Cristo é o tema de suas páginas. Não é Ele também o tema do Velho Testamento? Sim, mas não da mesma maneira nem com a mesma exclusividade. Aquele que figura no Velho como o Cristo da profecia, emerge agora no Novo como o Cristo da história. Ele que é a super-esperança do Velho é o super-fato do Novo. A expectativa no Velho tornou-se a experiência no Novo. A previsão transformou-se em provisão. O que era latente ficou agora patente. O de há muito predito está hoje presente.

             O Novo Testamento, pela sua estrutura literária, é realmente uma lindíssima arcada que leva à verdade salvadora e à bênção eterna. Em síntese o nosso Novo Testamento consiste, então, de cinco livros iniciais, formando um alicerce sólido de cinco camadas de fatos básicos sob os nossos pés. Elevando-se de cada lado, como duas colunas belamente trabalhadas, encontramos as nove Epístolas às Igrejas Cristãs e as nove Epístolas aos Cristãos Hebreus. Essas duas magníficas colunas estão ligadas em arco pelas Epístolas Pastorais, formando uma esplêndida arcada de verdade para a Igreja de Cristo e o Reino de Deus. Ambos os grupos começam com um grande tratado doutrinário, Romanos e Hebreus respectivamente. Ambos os grupos terminam com uma revelação escatológica, 1 e 2 Tessalonicenses num caso e o livro de Apocalipse no outro. Romanos, no início do primeiro grupo, mostra-nos que a salvação em Cristo é o único caminho. Hebreus, no começo do segundo grupo, salienta que a salvação por meio de Cristo é o melhor caminho. No primeiro grupo temos epistolas aos gálatas e romanos (como mostrou a história da Reforma do século XVI) são a casa do tesouro das verdades do cristianismo pessoal.

            a)      É o mais “judaico dos evangelhos”, e provavelmente foi escrito para cristãos de origem judaica, porém, de fala grega;

             b)      Este evangelho pressupõe que seus leitores conheçam o Antigo Testamento, devido às inúmeras citações que dele faz (há mais de cem citações);

              c)      Alguns entendem que este evangelho é como que uma ponte entre o Antigo e o Novo Testamento;

     Propósito

      1.      Demonstrar que Jesus era o Messias esperado, o Filho de Deus e Salvador; o cumprimento dos escritos do Antigo Testamento;

      2.      Demonstrou a transição da esperança judaica de um Messias político e guerreiro para um Messias que foi um servo sofredor (Hale);

          O material didático de Mateus está essencialmente arranjado em cinco grandes blocos, e os acontecimentos históricos estão arranjados em torno dessas seções. Esse evangelho reuniu tipos específicos de material em blocos. Assim, o que aparece junto em Mateus, até mesmo quando tem paralelos em Lucas, é espalhado neste último por muitos capítulos, pois são ocorrências sob circunstâncias diferentes, historicamente falando.

               1.      Os Cinco Grandes Discursos:

            a)      Sermão da Montanha. Conforme é dito acima, não pensamos que tudo isso tenha sido dito em um único sermão. Antes, trata-se de um compêndio de ensinamentos. Figura em Mat. 5—7. Seu propósito é dar a interpretação de Cristo sobre a lei. Aqui temos o novo Sinai (o monte), a nova lei e o novo Moisés (Jesus Cristo). Essa é a lei do novo Israel, a prefiguração do verdadeiro Reino que, finalmente, prevalecerá. Esse grande discurso não é para a nação de Israel, e nem meramente para o «reino vindouro». É para a nossa época: é o código de conduta do novo Israel, a igreja.

            b)      A obra dos discípulos especiais são o tema do segundo grande discurso, que ocupa o trecho de Mat. 9:35—11:1. Aqui Jesus envia os seus missionários com instruções para seu modo de vida e para a conduta em sua missão.

             c)      O reino dos céus (eufemismo para «reino de Deus», conforme dizem os demais evangelhos) é o tema do décimo terceiro capítulo, o terceiro grande discurso. Jesus apresenta certo número de parábolas a fim de ilustrar o conceito cristão do reino, corrigindo muitas noções falsas que tinham sido acrescidas em redor dessa doutrina. As parábolas ilustram aspectos diversos do reino, sua natureza, seu grande valor e a necessidade de buscá-lo, fazendo do «outro mundo» o objeto de nossa fé. (Ver Heb. 11:1 quanto à exposição desse conceito).

            d)      O quarto grande discurso ocupa Mat. 18:1— 19:2. Esse é o texto infantil, que aplica os ensinamentos às «crianças espirituais», usando o que é literal como lições objetivas. Esses são os «pequenos» do reino dos céus, os novos convertidos, a igreja cristã que milita em meio ao mundo hostil. Esta seção, naturalmente, inclui a abordagem aos «problemas eclesiásticos», mostrando quais devem ser as nossas atitudes básicas acerca de nossos irmãos na comunidade cristã.

          e)      O quinto grande discurso diz respeito à escatologia, ou ensinamentos sobre os «últimos dias». Fica em Mat 24:1-26:2. O vigésimo quarto capítulo tem sido apodado de «pequeno apocalipse», porquanto contém a maior parte das predições proféticas de Jesus, as quais, por sua vez, são ilustradas por parábolas eloqüentes que procuram mostrar que sua segunda vinda ou «parousia» haverá de ter lugar em breve, e que nos devemos preparar para a mesma. Nessa seção Jesus revela a sua mente universal, que transcende aos limites do tempo e do espaço, e assim fica ilustrado como ele será o Filho do homem que virá em nuvens de glória, a fim de governar sobre todos.

      “Cronologicamente, no ministério de Jesus, o registro desse capítulo marca um estágio em sua missão, quando nosso Senhor voltou-se totalmente ao método parabólico, o qual utilizou junto às multidões e empregou aos seus discípulos.” Em Mateus 13, Jesus compartilha conosco sete parábolas, cada uma nos dizendo como é o reino dos céus. Essas sete parábolas nos mostram todo o desenvolvimento do “Reino dos Céus”, desde a fundação da Igreja, quando o Senhor confiou o trabalho às mãos dos homens, até à sua consumação. As quatro primeiras foram pronunciadas à multidão, enquanto as três últimas foram ditas particularmente aos discípulos.

       RELAÇÕES

            1.      Semeador – Representa o Reino em semeadura, por meio da semente do reino. Relação do reino com as diferentes classes de homens.

             2.      Trigo e do Joio – mostra-nos o reino em mistura. Enquanto o reino existe através da semeadura da boa semente pelo Filho do Homem, o diabo também será um semeador e seus filhos serão encontrados entre os filhos do reino.

       AVANÇO

           3.      O grão de mostarda – mostrara que o reino será marcado pelo desenvolvimento. Ele crescerá e se tornara imponente diante dos olhos homens.

           4.      Fermento - A Parábola do Fermento é uma das mais breves contadas por Jesus. A Parábola do Fermento forma um par com a Parábola da Semente de Mostarda e seus ensinamentos se completam. A primeira fala sobre o poder interior do reino, que exerce influência sobre tudo. Enquanto a segunda, foca na expansão externa do reino.

      PRECIOSIDADE

            5.      O tesouro escondido no campo – Essa parábola revela o valor incomparável do reino dos céus.

          6.      A da pérola de grande valor – tem o mesmo significado que a parábola anterior. O reino dos céus é mais valoroso que as melhores pérolas, que os mais ricos tesouros.

      SEPARAÇÃO

           7.      E a da rede lançada ao mar- Quando esta parábola compara o reino dos céus com uma grande rede, fala sobre a quantidade de pessoas que alcançaria no decorrer da história POR MEIO DO Evangelho do reino.

         Oração de transição

       A Parábola do Semeador ensinada por Jesus para mostrar as diferentes formas em que o Evangelho é recebido na vida das pessoas. Está registrado nos Evangelhos de Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:5-15, onde também foi dada a explicação clara de Jesus acerca do seu significado.

      Esta parábola é possuidora de grandes símbolos. Nela temos, exemplos práticos da vida comum carregam um significado claro no Reino de Deus:

             ·        O semeador é quem anuncia a Palavra de Deus.

            ·        A semente é a Palavra de Deus, o Evangelho na pessoa do próprio Jesus, que é o Verbo vivo.

            ·        4 tipos de solo são os diferentes tipos de pessoas e as suas reações quanto à semente.

            ·        Cada tipo de solo determina o que acontece com a semente em si próprio.

            ·        Beira do caminho - são pessoas que ouvem, mas não crêem, têm coração duro, não receptivo à Palavra de Deus.

            ·        As aves que comem a semente são símbolo de Satanás que vem e tira-lhes a Palavra para que não se salvem.

           ·        Solo rochoso - são pessoas superficiais, ouvintes emotivos, mas com entraves internos, que impedem o Evangelho de criar raízes profundas.

         ·        Calor do sol - problemas, provações, intolerância ou rejeição por causa da fé em Cristo que fazem alguns se desviarem.

          ·        Solo com espinhos - são pessoas que ouviram, mas com o passar dos dias, são sufocadas por preocupações deste mundo e prazeres da vida. Esses têm inclinações gananciosas e egoístas, não dão frutos, pois vivem para satisfazer seus próprios interesses.

          ·        Os espinhos são as riquezas terrenas, os negócios que despertam ambição, ganância e paixão, enfim, é o amor por tudo que não é Deus.

          ·        Solo fértil - são as pessoas que ouviram a Palavra de Deus e recebem-na com fé, com coração honesto e reto dão fruto, mesmo que para isso tenha que enfrentar dificuldades na vida.

          ·        Colheita a 30, 60 ou 100 por 1 - são os muitos frutos produzidos através da boa semente recebida pela fé nos corações

            1.      O SEMEADOR

        Entre os semeadores, há uns que saem sem semear e há outros que semeiam sem sair. Mas Jesus diz que o semeador saiu a semear, mas não diz que voltou, pois quem lança a mão do arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus. Quem é o semeador?  O trabalho do semeador consiste basicamente em colocar a semente no solo. Se a semente for deixada no celeiro, nunca irá produzir uma safra, por isso o trabalho do semeador é tão importante.

      a)      Deus compara-se a um semeador: "Semearei a casa de Israel e a casa de Judá com a semente de homens e com a semente de animais" (Jr 31:27).

             b)      Cristo é também um semeador, Jesus apresenta um verdadeiro emblema e imagem de si mesmo (Mt 13:37).

           c)      O Espírito Santo é um semeador. É ele quem inspira os semeadores, e rega a semente plantada.

          d)      Os apóstolos consideravam todo o seu ministério uma semeadura de coisas espirituais (ICo 9:11).

           e)      Todo cristão deve ser um semeador. Ao comissionar os seus, Cristo falou dos corações dos homens como um campo, e seu evangelho como a semente a ser espalhada por toda parte. "Ide, e fazei discípulos de todas as nações" (Mt 28:19,20; Mc 16:20).

        O semeador, não importa quem possa ser, deve ser prudente, orando por ocasiões e campos para semear; diligente, trabalhando como quem precisa prestar contas da semeadura; perseverante, semeando a tempo e fora de tempo; consagrado, cordial, inteira e sinceramente entregue à maior de todas as tarefas.

         Além disso, tudo o que o semeador precisa fazer é semear. Está acima do seu poder fazer a semente brotar. Se todos os que testemunham de Cristo fossem responsáveis pelos efeitos do evangelho sobre o coração dos homens, seu compromisso seria sem dúvida triste e pesaroso. A palavra usada por Marcos para o crescimento secreto da semente, "de si mesmo" (Mc 4:26-29), é automathos, de onde temos "automático". O único objetivo e obrigação do semeador é semear, deixando o Espírito Santo fazer com que o solo fértil abra milhares de bocas, absorvendo a semente e frutificando. A palavra semeador, na explicação da parábola, denota a perfeita identidade e incorporação entre a semente e aquele que a recebe. Somos responsáveis pela semente, mas não por aqueles que a recebem.

            2.      O CAMPO DA SEMEADURA

             E se esse semeador quando saiu, achasse o campo tomado? E se armassem contra ele os espinhos? E se levantassem contra ele as pedras? E se fechassem os caminhos, que havia de fazer? Todos estes problemas enfrentou o semeador. Começou ele a semear, mas com pouca ventura. Uma parte caiu entre os espinhos e afogaram-no os espinhos. Outra parte caiu sobre as pedras e secou-se nas pedras por falta de umidade. Outra parte caiu no caminho e pisaram-no os homens e comeram-no as aves.

              3.      A SEMENTE

        A semente. É a Palavra de Deus. Até as palavras mais pesadas dos homens são sementes germinantes de uma força viva; eles enraízam o coração e produzem, às vezes, ervas daninhas nocivas e frutos venenosos, outras vezes bons e frutíferos. A semente é, indiscutivelmente, boa, mas a capacidade de germinação da semente depende da natureza do solo, e este é o centro da parábola. A semente é boa, mas nem sempre o terreno, que deverá responder de maneira desigual.

          A semente a ser semeada, é apresentada de duas maneiras, a saber: "a palavra do reino" (Mt 13:19) e "a palavra de Deus" (Mt 5:19; Lc 8:11).

         Ponto de destaque - A parábola nos revela-nos a suprema importância da palavra de Deus em diversos aspectos. Quatro verdades são destacadas.

3.1.              A pregação da Palavra (v.3)

       a)               A dinâmica do pregador (13.1). Aquele que comissionou seus discípulos a irem por todo o mundo para pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15)

      b)               O conteúdo da pregação (v.3). Jesus não pregou uma mensagem de confrontação política ao poder dominante de Roma nem pregou uma mensagem social, denunciando as injustiças gritantes. Ele não pregou uma mensagem filosófica nem entrou pelo caminho do confronto com a religião do Estado. Ele focou sua atenção em pregar o evangelho do reino. 

      c)                As apoiadoras do pregador (v.2) 

3.2.              A receptividade da Palavra (8.4-15) 

       Jesus foi o Mestre por excelência, o maior contador de histórias do mundo.

             4.      OS SOLOS

          As pessoas que ouvem a Jesus são comparadas com vários tipos de solo O Trabalho habilidoso do semeador e a germinação da semente dependem da qualidade e natureza do solo para ter sucesso. Nos três primeiros tipos de solo houve uma resistência para a semente produzir. Há na parábola uma clara analogia entre o solo e o coração. Isso porque o alvo da pregação da Palavra não é apenas a mente, mas principalmente o coração. Se este estiver fechado, nada adianta.

        A receptividade da Palavra (8.4-15) - Jesus foi o Mestre por excelência, o maior contador de histórias do mundo.        

        Diferentes tipos de solos infrutíferos. Nos três primeiros tipos de solo houve uma resistência para a semente produzir

          1.     Solo a beira do caminho (Impenetrável) - o coração endurecido (v.4)

       Um coração duro é como um solo batido pelo tropel daqueles que vão e vêm. E o coração inquieto e perturbado com a passagem e tropel das coisas do mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam e todas que passam e, neste coração, é pisada a palavra de Deus. Um coração duro ouve, mas lhe falta compreensão e entendimento espiritual. Ele escuta o sermão, mas não presta atenção. A palavra de Deus não produz nenhum efeito nele maior do que a chuva na pedra. 

          a)     Um coração duro é onde a semente é pisada (v.4)

          A semente que é pisada pelos homens nem chega a brotar. A semente que o diabo teme é aquela que os homens pisam. O solo se torna duro quando muitos pés transitam por ele. Aqueles que abrem seu coração para todo tipo de pessoas e influências estão em perigo de desenvolver um coração insensível. Esse coração é como um campo de pousio que precisa ser arado antes de receber a semeadura da Palavra (Jr 4.3; Os 10.12).

         b)    Um coração duro é onde a semente ê roubada pelo diabo (v.4)

       (Hernandes Dias Lopes) Ora vede como todas as criaturas do mundo se armaram contra esta sementeira. Todas as criaturas quantas há no mundo se reduzem a 4 gêneros:

1.      Criaturas racionais – como os homens;

2.      Criaturas sensitivas – como os animais

3.      Criaturas vegetativas – Como as plantas

4.      Criaturas insensíveis – Como as pedras.

         Faltou algumas dessas que se não armasse contra o semeador? Nenhuma!

              ·        A natureza insensível, o perseguiu nas pedras.

              ·        A natureza vegetativa, o perseguiu nos espinhos.

              ·        A natureza sensitiva, o perseguiu nas aves.

             ·        A natureza racional, o perseguiu nos homens.

         As pedras secaram-no, os espinhos afogaram-no, as aves comeram-no e os homens? Pisaram-no. Houve aqui semente mirrada, semente afogada, semente comida e semente pisada. Mas o semeador não desanimou nem desistiu porque a outra parte caiu em terra boa e produziu a 30, 60 e 100 por um.

2.     O solo rochoso (superficial) - o coração superficial (v.5)  

      Este solo retrata o coração superficial, que se define por três marcas.

        a)               Um coração superficial tem uma resposta imediata, mas irrefletida, à palavra de Deus (v.5)

        Tanto Marcos como Mateus usam, por duas vezes, a palavra “logo” com o sentido de “imediatamente”. Essas pessoas agem “no calor do momento”. Elas imediatamente aceitam a Palavra, e o fazem até mesmo com alegria. Então, imediatamente se escandalizam.

      b)               Um coração superficial não tem profundidade nem perseverança(v.6)

      c)                Um coração superficial não avalia os custos do discipulado (v.6). Esse ouvinte abraça não o evangelho, mas outro evangelho, o evangelho da conveniência.

       3. O solo entre os espinhos (ocupado) – o coração ocupado (v.7) 

         Os espinhos cresceram junto com a semente, que acabou sufocada por eles.

      Destacamos cinco características de um coração ocupado.

          a)    Um coração ocupado ouve a palavra de Deus, mas dá atenção a outras coisas

         Essa semente disputou espaço com outras plantas. Ela não recebeu primazia; ao contrário, os espinhos concorreram com ela e a sufocaram (8.7,14). Os espinhos cresceram, mas a Palavra foi sufocada. Esse coração é um campo de batalha disputado.

         b)    Um coração ocupado é sufocado pela concorrência dos cuidados do mundo.

     Esse ouvinte chegou a ouvir a Palavra, mas os cuidados do mundo prevaleceram. O mundo falou mais alto que o evangelho. As glórias do mundo tornaram-se mais fascinantes que as promessas da graça. A concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida tomaram o lugar de Deus na vida desse ouvinte.

        c)     Um coração ocupado é sufocado pela concorrência da fascinação da riqueza

 Esse ouvinte dá mais valor à terra que ao céu, mais importância aos bens materiais do que à graça de Deus.

         d)    Um coração ocupado é sufocado pelos deleites da vida

     Esse ouvinte é amante dos prazeres mais do que amigo de Deus. Ele é amigo do mundo, ama o mundo e conforma-se com o mundo. Os prazeres efêmeros do pecado toldam em seu coração as alegrias perenes da vida cristã.

        e)     Um coração ocupado não produz frutos maduros

      Nesse coração, a semente nasce, mas não encontra espaço para crescer. Ela chega até a crescer, mas não produz frutos que chegam à maturidade. Esse coração assemelha-se à igreja de Sardes. Tem nome de que vive, mas está morto!

       4. O solo bom (fértil) – o coração frutífero (V.8)

       Esta é a semente que caiu na boa terra e produziu a cento por um. Retrata aquele que, de bom e reto coração, retém a palavra e frutifica com perseverança. Há dois fatos importantes que destacamos a seguir.

         a)    Um coração frutífero ouve e retém a Palavra

       Essa parábola nos ensina a fazer três coisas: ouvir, receber e praticar. Cada um dos três corações infrutíferos é influenciado por um diferente inimigo: no coração endurecido, Satanás mesmo rouba a semente; no coração superficial, os enganos da carne através do falso sentimento religioso impedem a semente de crescer; no coração ocupado, as coisas do mundo impedem a semente de frutificar. Esses são os três grandes inimigos do cristão: o diabo, a carne e o mundo (Ef 2.1-3).

        b)    Um coração frutífero produz fruto com perseverança

         O que distingue esse campo dos demais é que nele a semente não apenas nasce e cresce, mas o fruto vinga e cresce.

       Níveis de produtividade mencionados por Jesus. Fausset expressa a diferença assim: "Trinta por um designa o nível menor de frutificação; sessenta por um, o nível intermediário de frutificação; a cem por um, o mais elevado nível. A 'cem por um' não é uma idéia sem precedentes (Gn 26:12).

      Conclusão

      O CHAMADO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO

      “1. A obra da maior importância. Uma vez que a condição das pessoas sem Deus é de ignorância espiritual, pois Satanás "encobre" os seus corações para não ouvir o Evangelho (2 Co 4.3,4), o maior serviço que qualquer cristão pode, e deve realizar, é semear a boa semente da Palavra de Deus (Ec 11.6). Isso não apenas com os seus lábios, mas também através do testemunho pessoal e da literatura (Fp 1. 18). Cristo morreu e ressuscitou para nos salvar de nossos pecados. Agora, todo aquele que nEle crê, e for batizado, não mais será condenado, antes receberá a vida eterna (Mc 16.16; Ef 1.13,14).” 

       “2. Jesus e a ordem para pregar. Recordando que Evangelho significa "boas novas", "boa notícia", e que tal boa notícia nada mais é que a salvação em Jesus (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18), todos precisam ouvir o evangelho. Jesus nos encarregou de contar as boas notícias às pessoas à nossa volta, pois o evangelho é uma notícia tão boa que não podemos guardar só para nós!

      “3. A importância de pregar o Evangelho. É muito importante pregar o evangelho, para que mais pessoas ouçam, creiam e sejam salvas (Rm 10.14,15). Aplicando-se espiritualmente, todos aqueles que seguem a Cristo devem estar sempre ensinando a Palavra, pois quanto mais ela é plantada nos corações, maior a colheita (1 Co 3.6,7). É preciso, porém, saber que o que semeia a Palavra (v.14) o faz em todas as qualidades de solo (Is 32.20; Mc 16.15), semeia a Palavra sem observar o vento, nem as nuvens (Ec 11. 4-6), semeia a Palavra sem gastar tempo com outra coisa (2 Tm 2.4).”