RENOVANDO SUA INTIMIDADE COM DEUS
Tema: Renovando a sua intimidade com
Deus
Texto: Je. 33.3
Introdução:
O livro de Jeremias se compõe de uma série de sermões proféticos, combinados com dados históricos e biográficos concernentes aos últimos dias do reino de Judá. Fazendo uso de tudo que estava a seu alcance, Jeremias procurou conter a decadência e a apostasia de Judá, que foi desencadeada pela depravação moral de seus líderes. Mas seus esforços em favor da nação foram quase totalmente inúteis. Suas exortações ao arrependimento sempre caíam em ouvidos surdos. Todavia, suas mensagens continuavam a convidar o povo a abandonar o ritualismo externo e superficial da religião para voltarem-se ao interno e real sentimento para com Yahweh. Ensinava que a corrupção tem sua origem num coração ímpio (17:9), e que sem um novo coração, novas intenções e um novo espírito, o homem é incapaz de fazer o bem (13: 23). Tal mudança só poderia ser efetuada por um ato soberano e criador de Deus (24: 7; 31: 31-34). Como outros profetas, Jeremias advertiu contra as alianças perigosas com outras nações (2:36), admoestou a Judá para que se submetesse ao jugo babilônico, e assinalou que a rebelião levaria a nação ao colapso.
O livro
foi escrito:
1.
Para fornecer um registro
permanente do ministério profético de Jeremias e sua mensagem;
2.
para revelar o inevitável juízo
divino por ter o povo transgredido o concerto e persistido em sua rebelião
contra DEUS e sua palavra; e
3. Para demonstrar a autenticidade e autoridade da palavra profética. Muitas das profecias de Jeremias foram cumpridas durante a própria vida do profeta (e.g., 16.9; 20.4; 25.1-14; 27.19-22; 28.15-17; 32.10-13; 34.1-5;); outras, que envolviam o futuro distante, foram cumpridas posteriormente, ou ainda estão por se cumprir (e.g., 23.5,6; 30.8,9; 31.31-34; 33.14-16).
·
O livro é essencialmente uma coletânea de
profecias de Jeremias, dirigidas principalmente a Judá (2—29)
·
Mas também a nove nações estrangeiras (46—51)
· Estas profecias focalizam principalmente o juízo, embora haja algumas que dizem respeito à restauração (ver especialmente os caps. 30—33).
Essas profecias não estão dispostas numa ordem rigidamente cronológica ou temática, embora o livro de Jeremias tenha a estrutura global indicada no esboço. Parte do livro está escrita em linguagem poética, ao passo que outras têm a forma de prosa ou narrativa. Suas mensagens proféticas estão entrelaçadas com os seguintes aspectos históricos:
1.
A vida e ministério do profeta (e.g. Caps. 1;
34—38; 40—45)
2.
A história de Judá, principalmente durante o
período dos reis: Josias (caps. 1—6), Joaquim (7—20) e Ezequias (21—25; 34),
inclusive a queda de Jerusalém (cap. 39)
3. Eventos internacionais que envolviam Babilônia e outras nações (25—29; 46—52).
Assim
como Ezequiel, Jeremias pratica várias ações simbólicas a fim de ilustrar de
modo claro a sua mensagem profética:
a)
O cinto podre (13.1-14)
b)
A seca (14.1-9)
c)
A proibição divina de não se casar ou ter filhos
(16.1-9)
d)
O oleiro e o barro (18.1-11)
e)
O vaso do oleiro, que se fragmentou (19.1-13)
f)
Os dois cestos de figos (24.1-10)
g)
O jugo no seu pescoço (27.1-11)
h)
A compra de um terreno na sua cidade natal
(32.6-15)
i) E as grandes pedras colocadas no pavimento de tijolos de Faraó (43.8-13).
Os rabinos o chamaram de “O profeta chorão”. Disseram que ele começou a lamentar-se no momento em que nasceu. Ao pintá-lo no teto da Capela Sistina, Michelangelo o apresentou numa postura de desesperança: parece um homem que vem chorando há tanto tempo que já não tem mais lágrimas para derramar. Seu rosto está virado para um lado, como um homem que foi devastado por muitos golpes. Seus ombros estão encurvados para frente, pesados pelos pecados de Judá. Seus olhos também estão abatidos, como se já não pudesse suportar ver o povo de Deus sofrer. Sua mão cobre sua boca. Talvez não tenha mais nada a dizer.
Seu nome era Jeremias. Sua história começa assim: Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim; a ele veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom e rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu reinado; e também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, e ainda até ao quinto mês do exílio de Jerusalém. (Jr 1.1-3)
1.
Quem foi
Jeremias?
Foi um profeta que trabalhou para o
Senhor por 40 anos em Judá durante o período mais trágico de sua história, um
profeta que foi "demitido", um tanto contra sua vontade, como
um projétil em toda a vida do mundo de seu dia, um homem que foi "atirado" por Deus, por assim
dizer, no turbilhão da turbulência e cambiante situação de seu tempo.
Jeremias foi esse profeta conhecido por sua integridade e discursos duros contra o pecado. Como o profeta das lágrimas, fez de tudo para reconduzir seus irmãos e irmãs aos caminhos do Senhor. Suas advertências, infelizmente, não obtiveram êxito com os judeus da época. Diante da apostasia deles, o profeta Jeremias é obrigado a suportar o insuportável: Atendei e vede se há dor como a minha dor. (Lm 1.12). Eugene H. Peterson buscou descrever o caráter do profeta Jeremias (o mais sofrido dos profetas de Jeová), dizendo: Vigoroso na batalha, desafiou e contestou a injustiça, a falsidade e a vilania.
a)
O nome Jeremias, significa “O Senhor Estabelece”. Segundo
Archer, o nome do profeta se relaciona ao verbo “ramah” (lançar ou atirado)
e pode ser entendido no sentido de lançar alicerces. A profecia de
Jeremias projeta-se sobre o seu nome.
b)
Jeremias nasceu aproximadamente em 647 a.C., na cidade
benjamita de Anatote e era filho de Hilquias.
c)
Jeremias profetizou cerca de quase um século depois de Isaías, e
ambos levaram mensagens de condenação ao reino de Judá em decorrência de seu
pecado.
d)
Não contraiu matrimônio, pois fora proibido pelo Senhor como sinal à nação, e
devido a iminência do juízo de Deus sobre a nação de Judá (16.2).
e)
Durante cerca de 40 anos (627-586 a.C.) desenvolveu seu ministério
profético na capital de Judá, Jerusalém, e por cerca de cinco anos ministrou no
Egito (Jr 43-44).
f)
Quanto ao caráter, Jeremias era meigo, humilde e introspectivo, mas
recebeu da parte de Deus a incumbência de profetizar aos seus contemporâneos.
Segundo Baxter, a figura do profeta impressiona pela perseverante paciência.
g)
Quanto ao público, o profeta Jeremias era impopular. Foi desprezado
e perseguido pelos reis devido à mensagem grave de suas profecias contra a
monarquia, os falsos profetas, os sacerdotes e contra os injustos. Foi acusado
de traição, por ordenar, a mando do Senhor, que Judá se rendesse aos
babilônicos. Jeremias sofreu um grau tão alto de rejeição por
parte de todos. Ao estudar o livro de Jeremias aprendemos isto,
o que é confirmado com a própria rejeição com que sofreu o Senhor Jesus Cristo.
Jeremias
foi rejeitado por:
a)
Seus vizinhos (Jer.
11: 19-21)
b)
Por sua própria família (Jer.
12:6)
c)
Pelos Sacerdotes e Profetas (Jer.
20:1-2)
d)
Por seus amigos (Jer.
20:10)
e)
Por todo o povo (Jer.
26:8)
f) Pelo Rei (Jer. 36:23)
Além de toda essa
rejeição, Jeremias foi colocado num cepo (Jer. 20:2) e numa Cisterna de Lama (Jer.
38:6) e foi levado à força ao Egito (Jer 43. 5-7). Hoje o ministério dos
profetas de Deus pode passar pelas mesmas dores de Jeremias, inclusive buscando jogar na lama o
nome e a reputação dos que trazem a verdadeira palavra do Senhor,
como Jeremias o fez. Apesar de todo este sofrimento, Jeremias não sofria alheio
ao tratar de Deus, pois o Senhor havia avisado a ele que padeceria tais coisas
(Jer. 1:19).
2. A vocação de Jeremias
Jeremias foi chamado pelo Senhor
como profeta no décimo terceiro ano do reinado de Josias, em 627 a.C. A Bíblia
limita-se a informar que não passava ele de uma criança (Jr 1.6). O vocábulo
hebraico נַ֫עַר na’ar tem ampla conotação; tanto pode significar menino,
adolescente ou jovem. De qualquer forma, o profeta foi vocacionado por Deus
ainda jovem, para que viesse a florescer serviços e frutificar devoções ao
Santo de Israel.
3.
O chamado de Jeremias
Deus
fez coisas maravilhosas para Jeremias antes mesmo que ele nascesse. Ele o
conhecia; ele o formou. Ele o consagrou e o constituiu profeta para as
nações. Ele fez tudo isso muito antes de Jeremias respirar seu primeiro fôlego
ou derramar sua primeira lágrima. O chamado de Jeremias é rico em seu conteúdo
doutrinário e prático. Entre seus ensinamentos importantes estão os
seguintes:
1.
Deus é o
Senhor da vida. Deus formou
Jeremias no ventre. Jeremias tinha pais biológicos, é claro, mas o próprio Deus
o moldou e o teceu no ventre de sua mãe. Dizer às crianças que perguntam de
onde vêm os bebês que eles, vêm de Deus é boa teologia. E também não é má
ciência. O Senhor da vida usa os processos naturais que ele projetou para
plantar a vida humana no útero.
2.
Um feto é
uma pessoa. Uma pessoa é um ser humano, criado à
imagem de Deus, vivendo em relacionamento com Deus. Esse versículo testifica
que a relação pessoal entre Deus e seu filho ocorre no útero, ou até mesmo
antes. O nascimento não é o nosso começo. Nem mesmo a concepção é o nosso
verdadeiro começo. De algum modo inefável, Deus tem um conhecimento pessoal da
pessoa que precede a concepção. “Antes que eu te formasse no ventre
materno, eu te conheci”. Essa é a palavra hebraica forte e íntima para
“conhecer” que também é usada para descrever a intimidade sexual entre
marido e mulher.
3.
Nós não
escolhemos Deus antes que Deus nos escolha.
Se quer saber quem você é, tem que saber de quem você é. Enquanto Jeremias
estava sendo carregado no ventre de sua mãe, Deus estava fazendo preparativos
para sua salvação e seu ministério. Consagrar algo é santificá-lo ou dedicá-lo
ao serviço santo. Muito antes de Jeremias nascer, Deus o escolheu e o separou
para o ministério.
4.
A escolha de
Deus não é exclusiva de Jeremias; ela é verdadeira para todo crente. Isso é conhecido como a doutrina da eleição
divina. “Não fostes vós que me escolhestes a mim” disse Jesus aos seus
discípulos, “pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para
que vades e deis fruto” (Jo 15.16a). “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que [...] nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef 1.3-4). Essa promessa
é para toda a igreja. Portanto, é para o consolo de todo cristão. Deus não só
conhece você, mas escolheu você; e ele fez isso muito antes que você fosse
concebido.
Eugene
Peterson oferece estas conclusões práticas sobre o fato de Deus ter escolhido
Jeremias:
·
Minha
identidade não começa quando eu começo a me entender. Há algo anterior ao que penso sobre mim, que
é o que Deus pensa de mim. Isso significa que tudo que eu penso e sinto é, por
natureza, uma reação, e aquele a quem eu reajo é Deus. Eu nunca falo a primeira
palavra. Eu nunca faço o primeiro movimento.
·
A vida de
Jeremias não começou com Jeremias.
A salvação de Jeremias não começou com Jeremias. A verdade de Jeremias não
começou com Jeremias. Ele entrou no mundo no qual as partes essenciais da sua
existência já eram história antiga. Isso também é verdadeiro a respeito de nós.
5.
Todo cristão
tem um chamado. Há um chamado
geral, é claro, para crermos em Jesus Cristo. Mas todo aquele que crê em Cristo
também tem um chamado especial para uma esfera específica de obediência e
ministério. Jeremias não foi separado apenas para a salvação, mas foi separado
para a vocação. Deus tinha uma obra para ele executar. O profeta tinha uma
missão a cumprir e uma mensagem a comunicar à sua geração.
A chamada de Jeremias baseou-se num profundo sentido
da iniciativa de Deus, ele tinha sido eleito para o cargo de profeta desde que
nasceu, antes, até, de concebido. Os vers. 1 e 2 dão-nos pormenores referentes à
descendência de Jeremias e data em que foi chamado. O texto enfatiza a ação
soberana de Deus. Jeremias, está sendo convocado para uma missão, devendo
submeter-se alegremente ao chamado eficaz de Deus.
Jeremias apresenta desde o começo suas credenciais
como profeta de Deus.
Esta vocação não tinha sido sua por eleição humana, senão ordem direta de Deus.
A convicção íntima do chamado divino foi à força que impulsou seu ministério,
sendo seu apoio e sustento em momentos de desânimo.
Eis como o Senhor vocacionou o
jovem de Anatote: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci;
e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”
(Jr 1.5).
Isto nos fala do
poder soberano de Deus sobre as vidas de Sua criação humana (cf. Jeremias 43:7;
44:2,24; 49:5). O termo “formado” é o termo exato usado em Gênesis
2:7,8. Deus tem um plano e um propósito para cada pessoa humana (cf. Sal.
139:13-16; Isa. 43:7; 49:5; Gálatas 1:15). Deus seleciona
quatro VERBOS para descrever Sua atividade pessoal na vida de
Jeremias.
1.
Eu formei
A palavra hebraica yatsar, formar, moldar, modelar. E o termo comum em todos os períodos do A.T; na linguagem moderna é usado no sentido de produzir ou criar. Este vocábulo se encontra mais de 60 vezes nos textos hebraicos. Aparecendo pela primeira vez em Gn 2.7: Yatsar é um termo técnico utilizado para o “oleiro” no seu trabalho de moldar o vaso (Is 29.16; Jer 18.4, 6). O vocábulo é utilizado para o artesão que molda as pedras, a madeira, o ferro, ou o aço, esculpindo as formas através da fundição ou do trabalho manual (Is 44.9–10, 12). Mas, o que nos impressiona no texto é a palavra “terem”; antes. O poder da Palavra de Deus chamou Jeremias “antes” de tudo. Deus abrange toda a existência de jeremias, tanto no antes como no depois. Jeremias não tinha nem concepção de existência, Deus já o havia predestinado para uma missão; Deus já tinha um plano e uma finalidade para o jovem Jeremias.
2. Eu te conheci
Quanto ao verbo "Conhecer", quando usada em relação a Deus, é uma palavra da graça maravilhosa de Deus, e mostra que ele tomou a iniciativa de amar, escolher, redimir, chamar e preservar. Que Deus está perfeitamente consciente a nosso respeito, "conhecendo-nos pelo avesso" por assim dizer, é com certeza parte do significado, como se vê pelo contraste entre nosso conhecimento incipiente de Deus e seu perfeito conhecimento sobre nós em 1Coríntios 13:2; mas não é o significado principal, pois este realmente surge nas passagens que se seguem: O SENHOR disse a Moisés [...] porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome (Êx 33:17). Antes de formá-lo [Jeremias] no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei (Jr 1:5). Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem [...] e dou a minha vida pelas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço [...] jamais perecerão (Jo 10:14,15,27,28). Aqui o conhecimento de Deus sobre os seus está associado ao propósito da graça salvadora. É um conhecimento que implica afeição pessoal, ação redentora, fidelidade à aliança e proteção providencial para os conhecidos de Deus.
3. Eu consagrei ou santifiquei
"declarar sagrado". "Consagro-te"
4. Eu nomeei
Dei-Te Profeta. O verbo nathan !t;n" , "dar", também pode traduzir-se como "designar”. “Profeta das nações te constituí". Em forma similar se escolheu a João, o Batista antes que nascesse (Lc. 1: 15). Jeremias não poderia ter-se negado a aceitar o chamado divino. Ao nascer, todos os homens estão dotados de certas possibilidades, mas eles são responsáveis de desenvolver plenamente essas aptidões. Do mesmo modo, Deus hoje tem um plano para cada pessoa. O lugar específico assinalado para nós na vida é determinado por Deus utilizando nossas aptidões. Devemos descobrir qual é esse lugar e procurar cumprir o propósito e o plano que Deus tem para nós. Para as Nações; Heb. goyim, "pagãos" ou "gentios". Jeremias seria mensageiro de Deus não só para Judá, senão também para as nações vizinhas. Profecias concernentes a nações e cidades Jr 46.1-51.64 · Egito Jr 46.1-28 · Filistéia Jr 47.1-7 · Moabe Jr 48.1-47 · Amom Jr 49.1-6 · Edom Jr 49.7-22 · Damasco Jr 49.23-27 · Quedar e Hazor Jr 49.28-33 · Elão Jr 49.34-39 · Babilônia Jr 50.1-51.64
5. A recursa
do profeta
O
jovem Jeremias fica aterrorizado ante a ideia de ser profeta. Foi assaltado
pelo sentimento de indignidade; sua natureza rejeitava uma tarefa que o
obrigaria a ser diferente de seus contemporâneos. Como o indica uma amarga
queixa posterior (15: 10), temia a inimizade dos homens e dos falsos profetas.
a) Não sei falar” esta foi a
mesma desculpa que Moisés usou em Êxodo. 4:10, porém, o termo usado aqui
significa “falar publicamente”. Mas Jeremias afirmava não ser um orador
público. Jeremias argumentou que carecia da eloquência
necessária para exercer o ofício profético. Um profeta deve dirigir-se a
pessoas importantes e a grandes multidões. Como não era um hábil orador, como
poderia atrair o atendimento do povo ou influenciar nele em favor de Deus? (Ver
com. Exo. 3: 11; 4:10.) Pensou que não poderia expressar suas mensagens na
linguagem apropriada.
b) "porque sou jovem" Jeremias
temia que, devido à sua idade e por não ser casado, não tivesse uma plataforma
social ou religiosa forte para falar aos judeus. Deus usa regularmente os
jovens. Aqui está apenas uma amostra.
- José no Egito, os espiões de Jericó, Josué
6:23, Samuel, Davi, Jônatas, Daniel e seus três amigos, Josias, Joel 2:28
e Timóteo. Não é
a idade, mas o coração que é crucial!
5. Deus respondeu à relutância de Jeremias.
“não diga: "Eu sou um jovem" onde quer que eu te envie, você
irá tudo o que eu te ordeno, você falará”
O
Dr. M.L.Jones, no seu livro Depressão Espiritual – suas causas e cura,
disse: Alguns de nós, por natureza e devido ao nosso temperamento, somos mais
suscetíveis a esta doença chamada depressão espiritual do que outros.
Pertencemos ao mesmo grupo que Jeremias, João Batista, Paulo, Lutero e muitos
outros. Uma companhia muito seleta! Sim, mas não se pode pertencer a ela
sem ser especialmente vulnerável a esse tipo específico de tribulação. Mas, as
ordens que recebeu (6-7) eram claras. Existe nestes dois versículos um
contraste entre o recuo ante uma tarefa difícil e o insuflamento de inspiração
para que ela fosse realizada. Jeremias é o mais psicológico de todos os
profetas.
5.1. “porque para onde quer que eu te enviar, você irá”
·
Deus se negou a aceitar as escusas do
profeta, e respondeu com uma declaração categórica de sua vontade.
·
Quando Deus ordena, estão fora de
lugar os pensamentos que giram em torno do eu. Não fica mais do que um caminho:
a completa obediência.
·
Jeremias devia ir a qualquer parte e
dirigir-se a qualquer pessoa que Deus escolhesse, já fora a reis idólatras, a
sacerdotes corruptos, a profetas mentirosos, a juízes injustos, a homens de
toda hierarquia, sem importar com proeminentes ou poderosos que fossem.
·
Jeremias declarou: "Não sei
falar"; mas Deus lhe respondeu: "Dirás tudo o que te mande".
Deus o capacitaria para fazer tudo o que se lhe indicasse que devia fazer (cf.
Exo. 4: 10-12; Mat. 10: 18-19).
·
Deus nunca envia ninguém sozinho. Sua maior
provisão é Sua presença pessoal (cf. Jeremias 1:8b,19). Ele vai
ajudar (isto é, Mateus 28:20) e equipar-se para a tarefa designada (isto é,
Efésios 4:12).
5.2.
“Não tenha medo deles”
Jeremias teve uma palavra difícil para falar ao seu próprio povo (isto
é, o exílio está chegando). Eles atacariam Jeremias tanto verbal quanto
fisicamente, mas YHWH diz: “Não temas!” Esta foi uma mensagem
frequente aos servos de Deus.
- Abraão, Gênesis 15:1
- Isaque, Gênesis 26:24
- Moisés,
Núm. 21:34; Deut. 3:2,22
- Josué, Josh. 1:5-9; 8:1; 10:8
- Gideão, Juiz. 6:8-10
- Salomão, 1 Cr. 28:20
- Isaías, Isa. 8:12-15
- Israel nacional,
Isa. 41:10,13,14; 43:1,5; 44:2; 54:4
- Daniel, Dan. 10:12,19
- Maria, Lucas 1:30
- Simão, Lucas 5:16
- Paulo, Atos 27:24
- João, Apocalipse 1:17
5.3.
“O Senhor estendeu a mão e tocou a minha
boca” Jeremias se torna o porta-voz de Deus (cf. Jer.
15.19). Aparentemente, Jeremias teve uma visão de Deus semelhante à de
Isaías (cf. Is 6.6-7). A visão não é elaborada no chamado de Jeremias como
no chamado de Isaías (cf. Isaías 6) ou no chamado de Ezequiel (cf. Ezequiel 1).
Desdobramento
do texto
Aqueles foram os
últimos e desesperados dias antes de Jerusalém cair nas mãos dos babilônios.
Depois de muitos meses de cerco, a cidade estava abalada até às estruturas. Num
último esforço para salvar sua cidade, os cidadãos derrubavam suas casas e
palácios e os jogaram contra as muralhas da cidade. Jerusalém estava se
tornando uma ruína desolada, como confirmam as escavações ao longo da encosta
leste da cidade. As casas com vista para o vale de Cedrom eram construídas em
terraços. “Sob o ataque do exército dos caldeus, consideráveis áreas dos
terraços e as casas que descansavam sobre eles desmoronaram e deslizaram pela
encosta, deixando uma incrível massa de alvenaria tombada”. A Jerusalém de
Jeremias estava chegando ao fim.
Deixe-me
contar-lhe um segredo. O próprio
profeta ainda estava na prisão. No entanto, nesse momento, o Senhor foi dar-lhe
um pouco de informação privilegiada (33.1-2).
A
informação que Jeremias estava prestes a receber, vinha de uma fonte confiável. Deus garantiu sua credibilidade relembrando
o profeta de sua obra de criação. As palavras que ele usou para faz e
estabelecer foram usadas pela primeira vez no relato da criação (Gn 1–2).
Assim, Deus falou a Jeremias como o Deus que “fez”, “formou” e “estabeleceu”
a terra. Em outras palavras, ele sabia do que estava falando.
Deus
tinha um segredo para Jeremias, e todos amam um segredo. Principalmente as crianças gostam de contar
segredos e de ouvi-los. Uma das alegrias da vida é pegar uma criança pequena no
colo e sussurrar ao seu ouvido que você a ama. O que Deus sussurrou para
Jeremias naquela cela da prisão é uma das grandes promessas da Bíblia: “Invoca-me,
e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr
33.3).
O texto que estamos considerando estar divido
em três partes:
1.
Reconstruindo
Judá e Jerusalém (33.1-9)
2.
Alegria na cidade
(33.10-11)
3.
Rebanhos em
abundância (33.12-13)
Oração de
transição – Uma divina mensagem enviada para
uma prisão
Sentença interrogativa – Qual mensagem?
Existem algumas sugestões
mais férteis que surgem desses versos.
1. Um verdadeiro filho de Deus e um profeta honrado em desgraça e aflição ( Jeremias 33:1 ).
A aflição
de Jeremias veio sobre ele por causa de sua fidelidade a Deus. Não deixe o filho de Deus pensar que suas tristezas são sempre por
causa de seus pecados. “No mundo tereis aflições”
2. Embora desprezado pelo homem, o profeta foi honrado por Deus ( Jeremias 33:1 ).
a)
Receber
comunicações da mente Divina é a maior honra.
b) Aquele a quem Deus honra e possui como Seu filho, não precisa temer o que o homem pode fazer.
3. Consolo divino para um servo aflito ( Jeremias 33:3 ).
a)
O mais precioso de
todos os privilégios, o da oração: "Clame
a Mim."
b)
A mais maravilhosa
de todas as garantias: "E eu
te responderei."
c)
A mais encorajadora
de todas as promessas: "Eu
vou ... mostrar-te coisas grandes e poderosas."
Oração de transição – Oração do servo de Deus em aflição é ancorada
por graciosas promessas
Frase de efeito - Os homens mais eminentes foram encontrados na
escola da aflição.
1. O privilégio incentivado, "Chame
a Mim." A importância disso parece
a) O convite Divino
·
Muito
maior, muito mais insondável, é o conhecimento de Deus. A palavra “ocultas”
no versículo 3 implica que o conhecimento das coisas divinas é inacessível,
incompreensível, impenetrável.
·
Mais
adiante, Jeremias usará a mesma palavra para descrever uma cidade fortificada
(34.7). As coisas divinas estão fora de alcance. As coisas que Deus planejou
fazer no futuro, especialmente, estão escondidas da nossa vista. O apóstolo
Paulo perguntou, “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?” (Rm 11.34a).
A resposta, é claro, é que ninguém jamais conheceu a mente de Deus.
·
No
entanto, Deus convidou Jeremias a examinar a mente divina. Ele prometeu dar a
conhecer as coisas incognoscíveis. Comprometeu-se a revelar os segredos da
redenção. Tudo o que Jeremias tinha de fazer era invocar o Senhor, pois “todo
o que pede recebe” (Mt 7.8).
a) Deus
convida à oração. Portanto podemos ter boas garantias de que ele ouvirá a
oração; e, no entanto, somos lembrados de que, embora ele esteja favorável a
nós, ele espera nos abençoar até que o "chamemos".
b) Deus promete uma revelação em resposta à oração. Aqui está um incentivo para que a oração não seja infrutífera. A Bíblia não representa a oração como um mero exercício subjetivo; trata-o como um poder que prevalece com Deus, assegurando dele as bênçãos pedidas. Temos aqui um incentivo especial para que os perplexos orem por luz. Mistérios não são necessariamente eternamente escondidos. Algumas vezes ocultas foram reveladas (por exemplo, Colossenses 1:26); outros ainda podem ser esclarecidos. O buscador da verdade deve ser um homem de oração. A verdade espiritual mais profunda não pode ser descoberta por especulações; é revelado em comunhão. É visto através do pensamento espiritual e simpatia por Deus, auxiliado pela inspiração do seu Espírito.
a) Da graciosa condescendência que o ordena. Deus diz: “Clame a mim”, não para o Seu próprio bem, mas para o nosso. Não tanto a injunção do dever, mas a revelação do privilégio. Deus deseja que a relação entre a terra e o céu seja continuamente mantida e renovada, por causa do benefício que advém desse exercício para a Igreja.
b)
Dos exemplos que o
encorajam.
O segredo do Senhor é para os que O temem; e ELE lhes fará saber a sua aliança. A oração é uma arma poderosa que nos permite ser íntimos de Deus, nos permite ter a revelação dos segredos de Deus. Nós perdemos por não orar mais, perdemos por não buscar mais respostas de Deus, perdemos por não pedir direção de Deus. Buscar a Deus e invocar o seu nome é o maior investimento que podemos fazer nesta terra.
·
Invocar a Deus
nos leva a conhecer coisas que somente conhecemos por Sua Graça.
·
Invocar a Deus
nos leva a “viajar” nos mistérios de Sua Soberania.
·
Invocar a Deus
nos traz discernimento nas horas necessárias.
·
Invocar a Deus
nos traz revelações de coisas ocultas e escondidas.
·
Invocar a Deus
nos garante a fé necessária para não temer o mal.
·
Invocar a Deus
nos leva a reconhecer que SEM ELE nada somos e nada fazemos.
·
Invocar a Deus
nos faz reconhecer nossa dependência de Deus.
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Invocar a Deus
nos garante os livramentos diários.
·
Invocar a Deus
nos leva a desejar que outros também O experimentem e veja o quanto Ele é bom.
· Invocar a Deus nos leva a viver uma vida renovada
1.
Jacó clamou em Betel - Gn 28:10-32.
2.
Moisés clamou que Deus lhe mostrasse a Sua glória- Ex 33:18.
3.
Ana clamou pela sua situação - 1 Sm 1:1-20.
4.
Daniel clamou a Deus na cova dos leões - Dn 6:5-9.
5.
Josafá clamou
6. A mulher Cananéia clamou
c) Da infindável miséria que deve resultar sem ela. Se Paulo diz: “Ore sem cessar”, qual deve ser o perigo de quem nunca ora? Um coração sem oração pode ser considerado uma cidadela indefesa, aberta e exposta a todos os inimigos. Considerando que o coração de alguém verdadeiramente devoto é como um castelo no qual o Senhor habita, e que é guarnecido com a presença divina.
2. A conveniência da oração em tempos de
provação; pois foi "enquanto ele ainda estava trancado no
tribunal da prisão".
Aquele que
carregou o fardo de nossos pecados está pronto para carregar o fardo de nossas
tristezas. O cuidado é um fardo; mas isso pode ser lançado sobre Deus. Embora
excluído da comunhão com os homens, ele não estava excluído da comunhão com
Deus. A oração é o privilégio de todos os tempos. Precisamos dele na
prosperidade para evitar que nossa mesa se torne nossa armadilha e nosso laço;
mas é nosso alívio especial na adversidade. James diz: “Alguém está aflito?
deixe-o orar.
3. O convite à oração. “Invoque-me.”
1.
De onde veio o convite? “Veio a palavra do Senhor” ( Jeremias
33:1 ). É a
sua voz que ouvimos, convidando-nos: “O Senhor” ( Jeremias
33:2 ). Como
todos os ouvidos devem estar atentos quando Jeová fala e manda Suas criaturas
“clamarem”, etc.!
2.
A quem Ele dirige essas
palavras? Um profeta solitário, em
sua masmorra solitária. E é a todos os que são “prisioneiros da esperança” este
convite é feito.
3.
Observe o único objeto de nossa adoração. “Invoque-me.” vão é todo o outro refúgio,
insuficientes todas as outras fontes de consolo.
4.
Mas quando podemos invocar a Deus? Não há limite de tempo, circunstância ou estado
de espírito em que nos encontramos.
5.
A maneira como devemos orar. “Invocar” denota seriedade, fervor, perseverança.
Se nossas petições respiram o espírito de súplica fervorosa, se são a linguagem
da necessidade, tristeza, pecado ou de adoração devota e agradecimento, são
igualmente aceitáveis.
6. Aquele que nos pede para orar prometeu Sua graça para nos ensinar como orar ( Romanos 8:26 ).
4. A promessa anexada à oração
1. De uma audiência graciosa. "Eu vou te responder."
2. De iluminação divina especial. “Eu te mostrarei coisas grandes e poderosas, que tu não sabes.” Coisas escondidas. A escola da cruz é a escola da luz. Deus mostra a Seu povo coisas grandes e poderosas a respeito de Si mesmo, “o segredo do Senhor; ”A respeito dos interesses da Igreja; a respeito do reino de Cristo ( Jeremias 33:14 ).
3. Excedendo os preciosos incentivos anexados ao convite.
1. A promessa é tão geral e ilimitada quanto o convite. "Eu vou te responder." Nada disse quanto ao modo, hora ou lugar.
a) Às vezes “antes que liguem”, & c.
( Isaías
45:24 ), como
em Atos
12:5 .
b) Às vezes, Ele “faz como se não tivesse ouvido”,
embora eles batam. A negação temporária acrescenta zelo ao
suplicante e adoça a bênção quando ela é concedida.
c) Às vezes de uma maneira totalmente diferente de nossas expectativas. Assim, Paulo “suplicou ao Senhor três vezes” para que o espinho fosse removido, mas Deus respondeu tornando a “graça suficiente”. Pedimos libertação das provações, etc., mas Deus abre apenas “uma via de escape para que possamos suportá-la”. Oramos por espiritualidade, para sermos desmamados do mundo, e "Ele tira o desejo de nossos olhos com um golpe."
2. Mas as garantias aqui vão além da simples resposta à oração. “Eu te mostrarei coisas grandes e poderosas”, & c. Alguns deles são enumerados nos versículos a seguir e apontam claramente para as bênçãos espirituais e para o próprio Cristo.
1.
Cura das feridas do inimigo (Jeremias
33:6). Ele é
o grande Médico.
2.
Liberdade da escravidão do pecado (Jeremias
33:7).
3.
Purificação e
justificação completas (Jeremias
33:8).
4. As maravilhas da graça redentora e do amor (Jeremias 33:14), etc.
Conclusão:
Soli Deo Glória!
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